Greves na CP param toda a circulação de comboios
A greve de 24 horas dos maquinistas da CP, sem serviços mínimos, deixa o país sem circulação de comboios esta quinta-feira. Além dos maquinistas, também ocorre a paralisação dos funcionários da CP e da Infraestruturas de Portugal (IP), que gere a rede ferroviária nacional. Como não foram fixados serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral, não há qualquer hipótese que um único comboio possa circular.
Por dependerem dos funcionários da IP para circularem entre estações, a greve desta quinta-feira também afeta as viagens da Fertagus, que faz as travessias entre Roma-Areeiro e Setúbal pela ponte 25 de abril.
Para sexta-feira também está prevista uma greve de 24 horas dos revisores e dos funcionários das bilheteiras da CP, o que também deverá causar fortes impactos na circulação de comboios. Também não estão previstos serviços mínimos para esta greve, que acumula com a paralisação dos maquinistas da transportadora a partir das 7 horas e 30 minutos de trabalho, em prática até 16 de fevereiro.
As greves na CP e na IP foram convocadas, sobretudo, por rejeição à proposta de aumentos salariais relativa a este ano. As duas empresas estão sob a ‘batuta’ do Ministério das Infraestruturas mas são consideradas como parte do setor público empresarial e dependem do Ministério das Finanças.
Em dezembro, o Governo deu orientações às empresas do setor público empresarial para aumentos salariais na ordem global dos 5,1%.
A resposta dos sindicatos é perentória: Com uma taxa de inflação média de 7,8%, as administrações da CP e da IP propuseram aumentos salariais que correspondem a metade da variação de preços no último ano. Isto traduz perda do poder de compra para estes trabalhadores. “O melhor que propõem, na CP, é um aumento global de 4% ou um aumento de 51 euros comum a todos os índices, o que representaria, neste caso, um aumento médio na carreira de 3,89%”, refere o pré-aviso de greve do sindicato dos maquinistas (SMAQ).
“A administração da IP apresentou uma proposta de redistribuição do “bolo pequeno”, de 3,9%, valor que é metade da inflação verificada o ano passado, ou seja, uma proposta que, globalmente, significa uma nova redução do poder de compra dos trabalhadores desta empresa”, escreveu a federação de sindicatos dos transportes Fectrans, afeta à CGTP.
Também os revisores e funcionários das bilheteiras estão “contra uma proposta de aumentos salariais apresentada pela CP que configura novo corte nos salários dos associados/as”, menciona o pré-aviso de greve do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante.
As greves na CP estão marcada até 21 de fevereiro, apanhando o período de férias e festas do Carnaval.