Histórias que importam – O 1.º Aniversário de O Regiões. Em época de redes sociais, onde opiniões e acusações se misturam com factos não comprovados ou mesmo falsos, de forma confusa e mesmo anárquica, há certas actividades e profissões que se tornam essenciais na ajuda ao leitor
Acresce que, talvez de forma estranha ou mesmo contraditória, cada vez se publicam mais livros, apesar da crise nas publicações periódicas. Lembro que o mercado do livro em 2022 cresceu 16% em Portugal, com mais 13% de exemplares impressos, e continuou a crescer em 2023.
A informação tem de ser trabalhada, tornando-a a acessível e ao mesmo tempo criando condições para os leitores se orientarem nesta profusão de informação, fornecendo instrumentos para uma melhor escolha entre o importante e secundário, entre a informação falsa e a verdadeira.
Assim como uma estante com livros não é uma biblioteca, também o mero enunciar de acontecimentos ou supostos factos não é jornalismo.
O cientista da informação, seja bibliotecário ou arquivista, jornalista de redação, investigação ou repórter, apreende competências que sempre foram decisivas para a divulgação do conhecimento, mas que na sociedade de informação se tornaram imprescindíveis para o equilíbrio social.
Da mesma forma que Gutemberg, quando iniciou a sua experiência tipográfica, não fazia ideia de como o jornalismo iria influenciar a interação social e política de forma tão marcante, também não passou pela imaginação de Pieter Van Den Keere, que produziu, em Amsterdão, o primeiro jornal regular do mundo, divulgado em Londres em 1620, o impacto das Novas Tecnologias da Informação sobre o mundo globalizado, ou “glocalizado”.
É assim com alegria que assinalamos o primeiro aniversário do jornal O Regiões, um ano a contar “as histórias que importam” não apenas na região de Castelo Branco mas por todo o país e internacionalmente, com especial destaque para os países lusófonos, fazendo justiça ao berço cultural de diversos colaboradores, Macau.
Colaboro com O Regiões desde o início com crónicas que seguiram rumos diversos, guiando o leitor entre temas como a lusofonia ou viagens, estradas que cruzam continentes ou simples celebração de datas significativas e muita, muita música, de outros tempos ou bem atual.
Em quase todos os textos a música teve presença relevante, uma vez que muitas das histórias surgiram como flores que brotam de pesquisas a que me abalancei sobre esse tema, designadamente em Goa, Macau e Angola e que foram publicadas em livros ou revistas: as fontes de informação iam saltando entre bibliotecas e arquivos, mas também passaram por testemunhos diretos de quem as viveu.
E também sinalizei o Raide Macau Lisboa, aventura que ligou continentes através da Nova Rota da Seda. Em breve será publicado um livro contando toda a aventura, de que aqui daremos notícia.
Vida longa para O Regiões!