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Homem que é Homem é Macho que é Macho

Camaradas, falemos do punho escondido. Ah, o machismo! Esse pequeno gigante que teima em assombrar as nossas vidas com a sua presença opressora e, por vezes, insidiosa e bofeteadora — apenas desculpado pelo Benfica e uma refeição com sal a mais…

O machismo é como uma sombra que se arrasta, se esconde, mas que, a cada passo, revela a sua face cruel. E não se enganem, não é um problema de homens apenas; é um reflexo de uma sociedade que aceitou, por muito tempo, que os privilégios de alguns fossem a norma. Sim, a minoria (os gajos) impôs a submissão à maioria (elas). Se o Ventura sabe disto acaba feminista a defender a maioria…

Lembro-me de uma conversa com um amigo que, com ares de doutor, dizia: “Eu nunca bati numa mulher, então não sou machista”. Ah, a ingenuidade! O machismo não se resume a murros ou insultos; ele está nas pequenas coisas, nas piadas infelizes que soam como facas. Está, por exemplo, na forma como se olha para uma mulher numa reunião, como se ela estivesse ali apenas para enfeitar o ambiente, e não para contribuir com as suas ideias. No passear dos olhos reformados e hiper-prostáticos p’las gaiatas do 12.º Ano – é que já nem sequer as universitárias servem.

Claro, somam-se as redes sociais! Maravilhas da modernidade! Onde os machistas de teclado escondem-se atrás de avatares, despejando comentários venenosos como se fossem confetes no carnaval. “Ela deveria estar grata por alguém querer dar-lhe atenção”, atiram, ao ver os mamilos da Ana Moura (uma surpresa, as fadistas têm mamilos… Como seriam os da Dona Amália? Ou da Hermínia? A Hermínia devia ter os mamilos no Pacheco…).

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Irrita-me a “atenção” e o “estava mesmo a pedi-las”! A atenção que se transforma em assédio? A atenção que diminui o valor de uma mulher a um mero objecto de desejo? Não, meus amigos, isso não é atenção; isso é desumanização. Nada que seis imperiais não curem, dirão os amigos do fálico.

Existem ainda as mulheres, às vezes ensinadas a aceitar isto tudo como se fosse uma sorte. “Olha, pelo menos ele notou-te!” Será que a sociedade se esqueceu de que todas as pessoas merecem respeito, independentemente de género? Quem assiste a uma cena de assédio e não intervém, é cúmplice. Bato com o malhete e determino.

É preciso educar, sim, e não apenas as meninas, mas também os meninos (‘tadinhos). Mostrar que ser “homem” não é sinónimo de ser opressor – é ter um cromossoma coxo. Que a verdadeira força está em acabar com a paralisia conveniente e lutar pela equidade.

Sabe o leitor como são feitas as listas dos partidos políticos? É assim: «Antunes, já tenho o Carlos, o Leopoldo e o Joaquim. Falta agora uma gaja, por causa das quotas. A secretária do Leopoldo não é aquela boa como o carago? É? Então vai ela. Vá, mais três dos nossos e enfiamos depois a Dolores do Bar». Vi eu. Ouvi eu. Berrei contra e tive que me vir embora…

Portanto, acabem com as paneleirices. Quando se sai numa noite só com os amigos, muito-muito gajos, ninguém fica em casa a pensar: “Ai, papava-os a todos”; ao contrário do macho-macho, que quando a companheira sai com as amigas sonha que voltem todas lá para casa, de preferência já em lingerie, e a adorná-lo de mamilos e nádegas. Deixem-se disso. Na há cama do IKEA que aguente.

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Jornalista, autor, (pré-agricultor).

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