Em Santarém, o diretor executivo do SNS diz que hospitais estão a preparar-se para inverno, garantindo que o SNS e as unidades hospitalares estão a tomar medidas para responder ao aumento da procura e evitar que as urgências atinjam “o seu limite”. Já em Lisboa, foi assinado um memorando de entendimento entre a Santa da Casa da Misericórdia de Lisboa e a Unidade Local de Santa Maria mais do que duplica o número de utentes, passando de 5.700 para cerca de 11.600 utentes com médico de família.
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) disse esta segunda-feira que os hospitais estão a tomar medidas para responder ao aumento da procura durante o inverno e evitar que as urgências atingem o limite.
Durante uma visita ao Hospital Distrital de Santarém, onde se reuniu com o Conselho de Administração, António Gandra d’Almeida destacou os esforços para preparar os hospitais para o inverno, garantindo que o SNS e as unidades hospitalares estão a tomar medidas para responder ao aumento da procura e evitar que as urgências atinjam “o seu limite”.
Em Santarém, o Diretor executivo do SNS diz que hospitais estão a preparar-se para inverno, garantindo que o SNS e as unidades hospitalares estão a tomar medidas para responder ao aumento da procura e evitar que as urgências atinjam “o seu limite”. Em Lisboa, foi assinado um memorando de entendimento entre a Santa da Casa da Misericórdia de Lisboa e a Unidade Local de Santa Maria mais do que duplica o número de utentes, passando de 5.700 para cerca de 11.600 utentes com médico de família.
“Os hospitais estão a preparar-se para o inverno. Nós todos sabemos que o inverno é sempre uma altura muito complexa em que as ULS [Unidades Locais de Saúde] chegam ao seu limite e nós estamos a tentar evitar isso ao máximo. Mas vamos ter um inverno mau, temos é que trabalhar para tentar colmatar ou diminuir esse excesso de necessidade assistencial”, afirmou.
O diretor executivo admitiu também a existência de “constrangimentos nas equipas médicas” em várias regiões do país. “Claro que existem constrangimentos nas equipas e nos profissionais e por isso é que nós tentamos cativar, contratar e dar melhores condições para podermos dar uma resposta adequada à população portuguesa”, disse o responsável.
Durante a visita, o diretor executivo do SNS manifestou preocupação com a situação no Hospital Amadora-Sintra, que no dia 01 de novembro ativou o Plano de Contingência para responder à saída de 11 cirurgiões, assegurando que está em curso um plano para a contratação de mais profissionais.
“Preocupa-me muito essa situação e nós temos trabalhado muito em proximidade com o conselho de administração. Foi delineado um plano que passa, claro, pela contratação de profissionais para tentar resolver as questões, mas acima de tudo, com uma grande responsabilidade de dar resposta à população”, afirmou.
Esta visita ao Hospital Distrital de Santarém foi a primeira de um conjunto de três, com passagens programadas também pelas ULS do Baixo Alentejo e do Algarve. O objetivo, segundo o diretor
executivo, é “conhecer de perto as dificuldades e os constrangimentos” das instalações e “planear a resposta ao inverno”, disse o responsável à Lusa.
Confrontado ainda com as exonerações na área da saúde, como aconteceu com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve, Gandra d’Almeida afastou a decisão por motivos políticos ou partidários, referindo que “por vezes, é necessário melhorar algumas condições por visão estratégica”.
12 mil utentes vão passar a ter médico de família
Entretanto, em Lisboa foi anunciado que perto de 12 mil utentes da área da Unidade Local de Saúde Santa Maria vão passar a ter médico de família, através de um protocolo assinado esta segunda-feira entre a instituição e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Com este memorando de entendimento, assinado no Hospital de Sant’Ana, na Parede, concelho de Cascais, a ULS Santa Maria mais do que duplica o número de utentes, passando de 5.700 para cerca de 11.600 utentes com médico de família.
No final da cerimónia, que contou com a presença da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Paulo Sousa, o presidente da ULS Santa Maria, Carlos Martins, afirmou que é um aumento “muito significativo” que se traduz numa “resposta importante” para a população.
Carlos Martins avançou que a ULS Santa Maria tem programado abrir, no próximo ano, Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C, mas ressalvou que não depende da instituição.
“Continuamos a fazer o nosso trabalho, mas esta cooperação com o setor social e designadamente com a Santa Casa misericórdia de Lisboa, é muito importante”, sublinhou.
Segundo o administrador hospitalar, o acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa permitiu criar “uma capacidade instalada de camas de proximidade suficiente para qualquer circunstância durante o inverno”.
Contratação de médicos
Questionado sobre como vai conseguir fixar os médicos na USF, Carlos Martins explicou que, no caso da Medicina Geral e Familiar, os profissionais são contratados através de concurso. Mas isso não significa que a instituição não tenha reuniões com os médicos internos do último ano, disse, revelando que há duas propostas que estão a trabalhar com os jovens médicos para a criação de duas novas USF.
“Acreditamos que em janeiro teremos um terceiro grupo para uma terceira USF”, afirmou Carlos Martins, adiantando que estão a decorrer reuniões entre a administração, os internos e os coordenadores das áreas de influência das futuras Unidades USF, para em conjunto criar as condições para a sua instalação “em tempo útil”.
Segundo Carlos Martins, as três novas USF que pertence criar serão em Telheiras, no Parque de Saúde Pulido Valente, ambas em Lisboa, e outra em Mafra.
O presidente revelou que, neste momento, há 10 médicos internos da área de responsabilidade da ULS Santa Maria e mais três ou quatro de outras áreas geográficas que querem construir com a instituição as três novas USF.
No total serão cinco que permitirão que cerca de 30 mil pessoas passem a ter médico de família para que, no espaço de um ano e meio, se reduza para metade a lista de utentes sem médico de família com o apoio do setor social.
Lembrou que a ULS também tem um Serviço de Atendimento Permanente em Mafra, com o apoio da Santa Casa local, que está aberto 24 horas, sete dias por semana.
“Portanto, sempre que haja capacidade instalada, vontade do lado do setor social, obviamente iremos continuar a trilhar este caminho até termos condições, enquanto SNS” para contratar mais rapidamente, salientou Carlos Martins.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, também destacou a importância destes acordos com a Santa Casa e com o setor social.
“Estamos muito empenhados e acreditamos que vai ter desenvolvimentos muito positivos para as pessoas, que é o que nos importa”, disse a ministra aos jornalistas.