Se não forem dadas explicações, o caso segue para as autoridades judiciárias competentes.
O deputado não inscrito à Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova, Hugo Rego, já fez seguir, para o Presidente da Assembleia Municipal, um novo requerimento a solicitar a realização de uma sessão extraordinária daquele órgão do Município.
Hugo Rego quer que a Assembleia Municipal reúna para ouvir o Presidente da Câmara, sobre as ligações da empresa de que é sócio, com uma participação social de 50%, a empresas fornecedoras do município, designadamente com a Socomebio Lda, principal fornecedora de carne de suíno à cantina da Escola José Silvestre Ribeiro e Cantina Municipal.
O deputado tem justificado esta necessidade com o facto de terem sido levantadas muitas dúvidas sobre o seu alegado envolvimento num esquema circular que envolve o Município de Idanha-a-Nova, a empresa de Armindo Jacinto, designada Bezé, Lda, e a empresa Socomebio, fornecedora do município e ao mesmo tempo uma das principais clientes da empresa do autarca.
O caso foi levantado por um trabalho de investigação jornalística, levado a cabo pelo ORegiões, que revelou parte da faceta de homem de negócios de Armindo Jacinto, revelando factos que se prendem não só com as ligações do Município à Socomebio, e desta à Bezé, mas também com o aproveitamento de Armindo Jacinto dos recursos humanos, logísticos e financeiros do Município para promover e comercializar os queijos e a carne de suíno produzida pela sua empresa, Bezé Lda.
Recorde-se que, conforme ORegiões já noticiou, Hugo Rego já tinha requerido uma sessão da assembleia extraordinária para esse efeito, não tendo obtido qualquer resposta ao seu requerimento por, alegadamente, o mesmo ter dado entrada na caixa de lixo electrónico do secretariado da Assembleia Municipal, segundo declarações prestadas, na última sessão da Assembleia, pelo próprio presidente da mesa, António de Sousa Lisboa.
Em declarações prestadas a ORegiões, Hugo Rego adiantou que «a sede própria para o Sr. Presidente da Câmara Municipal prestar esclarecimentos sobre este caso é a Assembleia Municipal, em sessão extraordinária convocada para esse efeito, ou através de uma comissão municipal de inquérito. Porém, se tal não acontecer, no uso das minhas competências funcionais, na qualidade de deputado à Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova, não hesitarei em remeter o caso para as autoridades judiciárias competentes, para que estas procedam em conformidade em face dos factos indiciados nas notícias de jornais, e nunca desmentidos por Armindo Jacinto.»