No âmbito da consulta aos associados, beneficiários e utilizadores do aproveitamento hidroagrícola de Idanha-a-Nova, relativamente aos estudos dos projectos de modernização, diversos regantes do Ladoeiro subscreveram um abaixo assinado, manifestando a sua oposição à exclusão das hortas e quintais da freguesia daquele perímetro de rega

O abaixo-assinado foi hoje remetido ao presidente da direcção da Associação de Regantes e Beneficiários de Idanha-a-Nova (ARBI), Paulo Tomé, com conhecimento da Ministra da Agricultura, do Director Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e do Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.
Como o Regiões já avançou anteriormente, o projecto de modernização em curso prevê a exclusão do regadio de hortas e quintais localizados na área urbana da freguesia de Ladoeiro, o que está a causar um grande mal estar junto da população, para quem o fornecimento de água é essencial, já que permite o cultivo de hortas e de pomares, e ainda o abeberamento de animais de capoeira.

O projecto de exclusão das hortas e dos quintais do Ladoeiro conta com o apoio do Presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, que já encomendou a revisão do Plano Director Municipal para esse efeito, à mesma empresa que está a elaborar o projecto de exclusão, a COBA. S.A..
Questionado por diversas vezes pelo vereador da oposição, José Adelino Gameiro, em reunião de Câmara, sobre o alcance e necessidade dessa exclusão, Armindo Jacinto sempre respondeu de forma inconclusiva, limitando-se a dizer que estava a acompanhar o projecto.
Após as insistências de José Adelino Gameiro, e já depois de o assunto transpirar para a imprensa, através de O Regiões, e na falta de esclarecimentos de Armindo Jacinto, realizou-se uma sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia, no passado dia 25 de fevereiro, para esclarecer a população sobre o assunto.
Aí o presidente da ARBI confirmou que é intenção da actual direcção cortar o fornecimento de água às hortas e quintais do Ladoeiro. Por sua vez, Armindo Jacinto, que também foi convidado para esta sessão, afirmou que a autarquia assumiria esse serviço, em regime de precariedade. Porém questionado pelo deputado Municipal Hugo Rego sobre o modo e a forma como o faria, e sobre os custos associados a esta operação, Armindo Jacinto não foi capaz de responder.
Para além disso, os presentes ficaram ainda mais alarmados quando o presidente da direcção da ARBI confessou que em situação de escassez de água ou de seca, o fornecimento de água aos regantes precários será sempre interrompido.
Inconformados com a proposta de exclusão do Presidente da ARBI direcção e desacreditados com mais uma promessa de Armindo Jacinto, diversos utilizadores afectados com a exclusão decidiram desta vez avançar com um abaixo-assinado, na expectativa de «que seja encontrada uma solução a contento de todos os envolvidos e que desde logo tal solução não restrinja direitos adquiridos», pode ler-se no texto do documento.