A inteligência artificial (IA) generativa acelera a descoberta de medicamentos, permitindo análises detalhadas de imagens médicas, previsão de resultados em doentes e geração de dados sintéticos para suprir lacunas de informação, revelou Nikolay Burlutskiy, Gestor Sénior das Plataformas GenAI da Mars, durante a Cimeira de IA Generativa de Londres. A aplicação desta tecnologia, que inclui modelos como autoencoders variacionais e redes adversariais generativas (GAN), visa reduzir o tempo e custos do desenvolvimento farmacêutico, um processo que tradicionalmente dura décadas e custa milhares de milhões de euros.
Na área da imagiologia médica, a IA generativa analisa imagens digitais de biópsias — algumas com mais de 100.000 x 100.000 píxeis —, identificando células cancerígenas, segmentando tecidos e prevendo respostas a tratamentos. “Estes modelos conseguem prever, por exemplo, se um doente reagirá positivamente a um medicamento, o que é crucial para desenvolver terapêuticas eficazes”, explicou Burlutskiy, que lidera a equipa de IA da AstraZeneca.
Apesar do potencial, persistem desafios como a integração da IA nos fluxos de trabalho clínicos, a obtenção de confiança por parte dos patologistas e o cumprimento de requisitos regulamentares. “Gerar dados sintéticos para treinar algoritmos é uma vantagem, mas é essencial garantir que esses dados reflectem a diversidade da população real”, destacou.
A AstraZeneca já utiliza técnicas de IA para optimizar ensaios clínicos e priorizar compostos farmacológicos. Contudo, Burlutskiy alertou que a tecnologia não substitui o conhecimento humano: “A IA acelera processos, mas a validação final depende de especialistas”. Mais e melhor O futuro do uso de IA no setor farmacêutico é promissor, com tendências que indicam um crescimento exponencial da tecnologia. Espera-se que as inovações em IA se concentrem cada vez mais na descoberta de novos medicamentos, personalização avançada de tratamentos e uma pressão contínua por automação ainda maior dos processos de segurança. O investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento, acompanhado de programas robustos de capacitação profissional, são passos necessários para a indústria farmacêutica poder colher totalmente os benefícios da IA.
Do ponto de vista económico, a adoção de IA permite às empresas reduzir custos operacionais e obter melhores margens de lucro a longo prazo, graças à eficiência e à otimização dos processos. Socialmente, a segurança aprimorada dos medicamentos pode levar a desfechos de saúde mais positivos, uma vez que erros na prescrição e administração de medicamentos são minimizados. Além disso, a personalização de tratamentos, agora mais acessível com a IA, oferece cuidados de saúde realmente adequados para as necessidades individuais de cada paciente, melhorando assim a qualidade geral do atendimento.
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