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Israel e Hamas acordam cessar-fogo: um passo para a paz no conflito de Gaza

Após 15 meses de conflito devastador, Israel e o grupo palestiniano Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo, mediado pelo Catar, Egito e Estados Unidos. A trégua, que entra em vigor no próximo domingo, 19 de janeiro, marca uma tentativa de estabilizar a região e iniciar um processo de reconstrução e reconciliação. O acordo foi anunciado pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, e precisa ser ratificado pelo governo israelita, com uma aprovação maioritária esperada na reunião do gabinete de segurança

Os Termos do Acordo

O cessar-fogo será implementado em três fases. Durante a primeira, com duração prevista de 42 dias, o Hamas libertará 33 reféns israelitas, incluindo mulheres, crianças, idosos e civis feridos, em troca de prisioneiros palestinianos detidos em Israel. Paralelamente, tropas israelitas iniciarão a retirada gradual da Faixa de Gaza, acompanhada pela chegada de 600 camiões de ajuda humanitária e pelo regresso de populações deslocadas ao norte do enclave.

A segunda fase prevê novas negociações para um cessar-fogo permanente e a consolidação da paz. Na terceira, os corpos de reféns e combatentes mortos serão devolvidos às famílias, e será lançado um plano de reconstrução de Gaza, devastada pela ofensiva israelita que causou quase 47 mil mortos, a maioria civis.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, destacou o impacto humanitário e diplomático do acordo, afirmando: “Em breve, os reféns regressarão a casa para junto das suas famílias. Este acordo não foi fácil, mas demonstra o poder da diplomacia persistente.” Biden também ressaltou o apoio financeiro e logístico para a distribuição de ajuda humanitária na região.

O Papel dos Mediadores Internacionais

As negociações ocorreram no Catar, sob intensa vigilância internacional. Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, primeiro-ministro catariano, elogiou o trabalho conjunto com Egito e Estados Unidos e anunciou a criação de um mecanismo de vigilância baseado no Cairo para monitorizar o cumprimento do acordo. “Esperemos que esta seja a última página deste conflito,” declarou Al Thani.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, enfatizou o compromisso em facilitar a chegada de ajuda humanitária a Gaza e descreveu o acordo como resultado de “mais de um ano de esforços implacáveis de mediação”. Por outro lado, o Hamas atribuiu o desfecho à “tenança” do povo palestiniano e à “valente resistência” do movimento.

Impacto Político e Internacional

A trégua foi amplamente celebrada na cena internacional. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, pediu a total implementação do acordo e renovou o apelo à solução de dois Estados. “O fim da ocupação e a coexistência pacífica entre Israel e Palestina continuam a ser uma prioridade urgente,” afirmou Guterres, que também destacou a necessidade de uma via política credível para assegurar um futuro melhor para toda a região.

Na União Europeia, a Comissão também se pronunciou. Dubravka Suica, Comissária europeia para o Mediterrâneo, expressou esperança por “paz e recuperação duradouras”. “Congratulo-me com o cessar-fogo e com o acordo sobre os reféns. É um passo essencial para aliviar o sofrimento humano,” escreveu na rede social X.

Donald Trump, presidente eleito dos EUA, também comentou o acordo, afirmando na plataforma Truth Social: “Temos um acordo para os reféns no Médio Oriente. Obrigado!” Fontes relatam que Steve Witkoff, enviado especial de Trump, desempenhou um papel significativo nas negociações, reforçando o interesse da próxima administração em estabilizar a região.

Uma Região em Ruínas

O conflito iniciado em outubro de 2023, após um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita que matou cerca de 1.200 pessoas e levou ao sequestro de mais de 200 reféns, desestabilizou todo o Médio Oriente. A retaliação de Israel culminou numa ofensiva devastadora na Faixa de Gaza, deixando milhares de mortos e destruindo infraestrutura crítica.

Gaza enfrenta agora uma crise humanitária sem precedentes, com 80% da população dependente de ajuda internacional. A reconstrução do enclave será uma tarefa monumental, exigindo coordenação entre governos, organizações internacionais e setores privados.

Desafios para a Implementação

Apesar das esperanças renovadas, especialistas alertam para os desafios na implementação do cessar-fogo. O histórico de desconfiança entre Israel e Hamas, aliado às tensões internas em ambas as partes, pode comprometer o cumprimento dos termos. Ademais, as condições de vida em Gaza e a recuperação económica serão fatores cruciais para garantir uma paz duradoura.

Analistas internacionais consideram que o acordo representa uma oportunidade para repensar a relação entre israelitas e palestinianos. Embora seja apenas um primeiro passo, a trégua pode servir como base para um diálogo mais amplo, envolvendo a comunidade internacional na construção de um futuro mais estável e pacífico para a região.

Conforme o presidente Joe Biden afirmou: “O caminho para a paz nunca é fácil, mas hoje damos um passo significativo. O mundo observa com esperança, e cabe a todos nós garantir que este momento se transforme numa realidade duradoura.”

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