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Já cheira a campanha eleitoral

Os partidos estão na rua e já cheira a campanha. Os oito líderes partidários, com assento na Assembleia da República, vão fazer mais de 23 mil quilómetros pelas estradas de Portugal, sobretudo pelo litoral e grandes cidades. Já arrancou, este domingo, a campanha. As caravanas partidárias vão passar por milhares de aldeias, vilas e cidades de Norte a Sul do país. Todos anseiam por um ‘melhor’ lugar ao sol no hemiciclo do parlamento

A campanha eleitoral às eleições legislativas de 18 de Maio arrancou, oficialmente, este domingo. Embora estejam nas ruas praticamente desde a queda do Governo, nos próximos 13 dias os partidos vão percorrer o país num périplo que, no conjunto dos percursos das várias forças políticas, ultrapassará os 23 mil quilómetros.

O segundo dia oficial da campanha eleitoral para as legislativas arrancou com o debate nas rádios entre os oito líderes dos partidos com representação parlamentar. As caravanas partidárias estão já na estrada, com comícios em Santarém, Viseu, Castelo Branco, Guarda, Almada, Porto e Lisboa.

As caravanas partidárias deslocaram-se, esta segunda-feira, para vários pontos do país. O líder da AD, Luís Montenegro, está por Castelo Branco e Guarda. Já o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, passou por Viseu.

O presidente do Chega, André Ventura, andou pela zona de Santarém e o presidente da IL pelo centro de Lisboa. O mesmo acontece com Rui Tavares do Livre.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, esteve em Almada. Inês Sousa Real rumou ao Porto. Paulo Raimundo, da CDU, esteve em Sines e Coruche.

Sem surpresas, são as grandes cidades do litoral, e em especial Lisboa e Porto, que mais vezes vão receber as caravanas em campanha. E haverá encontros, desde logo, impulsionados pelos debates das televisões e das rádios, que juntam todos os partidos. Nos dois derradeiros dias, AD e PS mantêm as tradicionais arruadas em Santa Catarina, no Porto, e no Chiado, em Lisboa.

PS, AD e PCP são quem estará mais tempo na estrada: à volta de quatro mil quilómetros cada, perto do dobro de PAN, Livre e Iniciativa Liberal. O Bloco de Esquerda tenciona percorrer mais de três mil quilómetros. E, para a primeira semana, o Chega tem previstos perto de mil quilómetros.

Apesar de Lisboa e Porto serem as cidades mais privilegiadas, Braga, Aveiro, Setúbal e Coimbra contam com a presença de quase todas as forças partidárias. Mas, pelo Alentejo, apenas a AD, PS e PCP passam por Évora. Em Beja só estará a caravana comunista que, depois de ter falhado pela primeira vez a eleição em 2024, aposta em Bernardino Soares para recuperar um deputado no distrito.

Luís Montenegro deverá apostar prioritariamente em seis distritos do interior em que relativamente poucos votos podem converter-se em mais deputados: Guarda, Castelo Branco, Viseu, Lisboa, Vila Real e Portalegre. Em todos estes distritos, a conquista de um deputado reverte-se em menos um eleito pelo Chega (na Guarda e em Portalegre), ou pelo PS (em Castelo Branco, Viseu, Lisboa e Vila Real).

Surpresa pode vir das ilhas

Mas, tal como aconteceu em 2024, as surpresas na noite eleitoral de 18 de maio podem chegar do Atlântico. As sondagens que têm sido divulgadas, apesar de incluírem entrevistas nas duas regiões autónomas, o número de inquéritos não é suficiente para detetar alterações mais específicas daqueles eleitorados.

O caso mais emblemático é o da mais que provável entrada do Juntos Pelo Povo (JPP) no parlamento nas próximas eleições. O partido que tem ganho influência nas sucessivas eleições que se registaram na Madeira, é agora a segunda força mais votada na região e a maior parte dos especialistas acredita que a eleição de um deputado é praticamente certa, roubando aos socialistas um dos dois mandatos que normalmente consegue em eleições nacionais.

Montenegro em Castelo Branco esta segunda-feira…

“Fazer futuro é aquilo que está em causa nas próximas eleições, eleições que os portugueses não desejavam. Aquilo que está em causa é escolher um líder do Governo e um programa. E ter condições de execução”, afirmou Luís Montenegro, num comício no Cine Teatro da Avenida, em Castelo Branco.

O social-democrata fez um novo apelo ao voto, dizendo que só a AD oferece reais condições de estabilidade nesta campanha eleitoral. “Mostrámos que conseguimos fazer. Olhem para as nossas ideias e para a nossa alegria — somos um Governo alegre que confia na raiz e na alma de ser português — comparem com a alternativa e decidam qual é aquela que pode dar condições de estabilidade”.

Montenegro mostrou, mais uma vez, estar preocupado com o impacto da abstenção numas eleições que acontecem um ano depois das anteriores — já o fizera nos debates a oito organizados pela RTP e pelas rádios.

“Ninguém ganha as eleições antes do dia das eleições. Não se deixem levar por estudos que apontam que estamos no bom caminho. Eu sei que estamos. Mas o entusiasmo não ganha eleições. É mesmo preciso ir votar. Aqueles que, porventura, votaram noutras forças políticas, só quero que pensam uma coisa: se é um governo estável que querem, tenham em atenção o seguinte: na segunda-feira dia 19 não é possível corrigir aquilo que se fez no domingo. Não é pedir um grande esforço”, defendeu.

Contudo, no comício em Castelo Branco, Luis Montenegro centrou o seu discurso numa mensagem especial para pensionistas, alegando que, nas últimas eleições legislativas, houve quem tentasse lançar o “medo” em relação às intenções da AD — uma referência óbvia ao PS.

O ainda primeiro-ministro recordou por isso que este Governo aumentou as pensões de acordo com a lei, garantiu o aumento o Complemento Solidário para Idosos, aumentou a comparticipação de medicamentos para os beneficiários deste complemento de 50 para 100%, ainda garantiu um aumento extraordinário das pensões mais baixas a meio do ano e ainda baixo os impostos sobre os rendimentos do trabalho, o que se aplica também às pensões.

“Prometemos e cumprimos. Não nos esquecemos de nenhum pensionista e reformado e privilegiamos aqueles que têm menos rendimentos. É a altura de todos ignorarem o medo e as tentativas de contaminação do debate com as velhas táticas de criar novos temores. Não há como colar. Agora, respondemos por aquilo que fizemos e estamos a fazer. Os pensionistas e reformados sabem que somos mesmo de confiança”.

… e Pedro Nuno Santos na quinta-feira

Por seu turno, o secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nunos Santos, que vai estar em campanha no distrito de Castelo Branco no dia 8 de maio, comentou, num almoço promovido em Lisboa pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), que “era só o que faltava! Era só o que faltava!”, quanto confrontado com a hipótese de uma direita em maioria lhe chumbar o Programa de Governo, caso fosse indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República.

“Nós demos todas as condições de governabilidade, nós demos estabilidade, o que significa que o mesmo deve acontecer se o PS ganhar as eleições. É impensável [não ser assim]. E não é um favor ao PS, é simplesmente respeitar o país”, afirmou.

Porém, segundo acrescentou, há agora uma diferença entre PS e AD do ponto de vista da estabilidade: “Nós só teremos estabilidade política em Portugal com o PS” enquanto Montenegro é de “há dois meses para cá” o “principal fator de instabilidade” e isso “não irá acabar com as eleições”.

De resto, quanto a previsões, Pedro Nuno Santos assumiu: “Eu não sei como vão ser os resultados no dia 18”. E quanto ao que as sondagens vão dizendo, contou a sua experiência de há um ano: a seis dias das eleições a tracking poll TVI/CNN punha o PS nove pontos atrás da AD e uma sondagem da Católica a três dias dava ao partido uma desvantagem de seis pontos. No fim, a diferença acabou em 0,8%.

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