A Bíblia não diz, em nenhuma linha ou parágrafo, qual a data de nascimento do pequeno Jesus de Nazaré. Procure, procure, mas creia-me. Nenhum dos autores do Novo Testamento diz que o profeta nasceu a 25 de Dezembro. Aliás, as datas mais apontadas são as de seis de Janeiro e, 19 de Abril, com mais certeza, 20 de Maio. Apesar de que estas estejam por confirmar. Todas.
O que acontecia a 25 de Dezembro, sendo que a data não era esta nos tempos antigos, era o nascimento do dia e da luz. Desde as primitivas civilizações que o dia é importante — é agora que o dia começa a ganhar minutos à noite. A noite metia medo ao susto para os nossos ancestrais. Os predadores aproveitavam-na para caçar homens, mulheres, crianças. Uma espécie de Al-Qaeda formada por tigres, leões, ursos, enfim, todo o animal que possa imaginar. Mas o fim do Verão e o Outono eram também sinónimo de doenças, de frio enorme, que matavam sem medo. Apenas com casacos de peles — que eram tão inúteis então como agora -, os primatas com dois dedos de testa festejavam que nem loucos o regresso da luz. Uma falha incrível deixou a humanidade a ver mal no escuro e, assim, ser vulnerável. Mas neste dia, hehe, batiam-se palmas. Voltaríamos a caçar com tempo para voltar a casa. Ou havia novas colheitas a chegar — como a azeitona e a vinha — e começavam novas plantações, que dariam alento e alimento lá para a Primavera.
A escolha de 25 de Dezembro para se “a data” de nascimento de Jesus terá sido da responsabilidade do Chege dos Cristãos Libério, já bem no século IV. Isto é, pensemos que Jesus nasceu hoje, mas só em 2424 é que o foram registar à Conservatória… É de desconfiar.
E, para que não nos chamem palermas, eis as mais antigas tradições que, com o tempo, foram Natais:
Yule: Época festiva do norte da Europa
Enraizado nos antigos costumes nórdicos e germânicos, o Yule celebra o regresso do sol. Estes rituais influenciam fortemente as celebrações contemporâneas do Natal, uma vez que os participantes acendem troncos de Yule, festejam e trocam presentes. Em Heimaey, na Islândia, as comunidades combinam costumes históricos com ideais modernos, organizando celebrações de Yule que incluem banquetes de marisco, fogueiras e contos.
Festival Dongzhi
Na China, o Festival de Dongzhi enfatiza o calor e a união familiar durante o solstício de inverno. As famílias reúnem-se para saborear iguarias simbólicas como tangyuan e dumplings, que representam a plenitude e a harmonia. Os festivais modernos de Dongzhi em Taiwan incluem seminários sobre comida tradicional, que ensinam às gerações mais jovens o contexto cultural e fortalecem os laços familiares.
Soyal: Um Tributo Nativo Americano
No solstício, as tribos Hopi e Zuni observam o Soyal como um renascimento espiritual e ambiental. As orações, as danças e as histórias abundam nos rituais que celebram o regresso do sol e preservam o equilíbrio na terra. As tribos Hopi utilizam também este período para ensinar os membros mais jovens sobre os seus costumes, garantindo a preservação cultural.
Stonehenge: Alinhamento Astronómico Antigo
Stonehenge, em Inglaterra, que exibe engenharia antiga e conhecimento astronómico, está alinhado com os solstícios. Atrai milhares de pessoas para observar o nascer ou o pôr do sol. Stonehenge presta também homenagem ao conhecimento antigo e celebra a relação da humanidade com o planeta.
Lanternas de Seul
O Festival das Lanternas do Solstício de Inverno em Seul combina a consciência ambiental com os costumes antigos. O festival honra a identidade cultural, ao mesmo tempo que promove a consciência ambiental, atraindo um público diversificado para a sua mensagem inclusiva e vibrante. Os visitantes acendem lanternas ecologicamente sustentáveis como símbolos de esperança e renascimento.
Portanto, escolha o seu. O meu pode ser o madeiro…