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Castelo Branco

João Saldanha de Azevedo G.

Esta coisa do “Pelé” adjectivo nem sequer é novidade – bem longe disso. Basta pensarmos no modo metonímico como foi sendo feita ao longo dos séculos esta co-relação. Assim, metonimicamente, qualquer caixola para guardar alimentos passou a ser designada pela referência de topo, é uma Tupperware; qualquer berbequim de esburacar passou a ser designado pela referência de topo, é um Black & Decker; qualquer retro-escavadora passou a ser designada pela referência de topo, é um Caterpillar; qualquer pastilha elástica passou a ser designada pela referência de topo, é uma Chiclete; qualquer homem honrado passou a ser designado pela referência de topo, é um… Português! Ora, Tupperware, Black & Decker, Caterpillar, Chiclete e Português passam a ser, a partir de hoje, por metonímias, as referências por domínios, os Pelés da sua categoria, conforme acima especificado.

Pelé
DR

Temos ainda alguma onomástica, neste âmbito: um qualquer mano todo esgadanhado é um Cristo; um qualquer mano morfético, todo por chagas, é um Lázaro; um qualquer mano, gatuno encartado, é um Larápio (pretor romano – socialista, creio – de nome Lucius Antonius Rufus Appius, que se assinava L. A. R. Appius); um qualquer artista do volante, arrancando calçada ao estradão, é um Fangio! Também aqui, Cristo, Lázaro, Larápio, Fangio, nos seus predicamentos, serão os Pelés da sua esfera!  

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Inopinadamente, surgindo do nada, tal se soi dizer agora – como se se tratasse de negócio por geração espontânea -, eclode este nome insigne. Ora, Pelé tem um âmbito alargadíssimo, diria mesmo ecuménico, abrangendo ‘Tudo Aquilo Que Mexe Por Bem’; poderá ser ajustado e aplicado a qualquer circunstância do nosso dia a dia; tomem-se por exemplos alguns casos aleatórios: um Salsicheiro de renome é um Pelé da Carnuça, assim como um indivíduo que faça ricas Fogueiras um Pelé será, nos seus afazeres dos Fogachos, e bem assim alguém que cosa bem Meias, um Pelé da Peúga, e por aí adiante. 
Nós tivemos também o ´nosso´ Salazar, ambivalente, até aqui controverso, pelo muito bom!?, pelo muito mau! Se é verdade que fazer umas poupanças é visto como um excelente exercício financeiro, já o não será se a pessoa for um somítico, um sovina, um cabrão, que aforra até mais não poder, que morre e deixa morrer, à míngua, por penúrias – recorde-se, por paralelo, a fábula do avarento e do burro!
Assim, podemos até dizer que Salazar foi o Pelé dos forretas, dos cabeçudos, dos unhacas, dos mirras, dos fuinhas, dos sorrelfas… ainda que a esta distância temporal, ante litteram! 
Estou que podíamos convocar, por uma subscrição de 127 mil assinaturas – quantas congregou Pelé – alguns nomes com este poder de universalidade por bens. Assim, de repente, ocorre-me o Vitinho, o mano dos Catalíticos, já apodado de rei! Um galardoado com o prémio Pessoa, por exemplo, seria o Vitinho da classe. Soa-me bem! 

Mas… Porra!, agora… confesso que nem me estava a calhar! Imperdoável! Ah, catano! Carai! Grande nome incontornável, nosso, gente do nosso terreiro, malta da nossa praça; já me não quedam dúvidas. Vou pela angariação das rubricas. Vejam comigo: 
“Pelé, o Galamba do futebol!”.

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João Reis
João Reis
Exerce a actividade de docência lectiva nas disciplinas de Português, Latim e Grego Clássico desde 13 de Outubro de 1987. Coordenador do projecto do Jornal de Escola de 1987 a 2010. Presidente da Cáritas Inter-Paroquial de Alcains desde 2013.

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