Este ano, a Volta a Portugal decidiu ignorar Castelo Branco. A economia da cidade, que tanto necessitaria do influxo de visitantes e da atenção mediática, fica assim esquecida. E quem é o grande cérebro por detrás desta decisão? O inimitável Leopoldo Rodrigues, presidente da câmara, cujo mandato parece estar mais focado na “internalização” (seja lá o que isso for) do que no desenvolvimento local.
Rodrigues, num golpe de génio, optou por apostar na Volta a Espanha para parar em Castelo Branco. Claro, porque não ambas? Perguntamos nós. Mas, se o questionássemos, provavelmente receberíamos uma resposta evasiva, cheia de “ses” e “supostos”, onde o custo seria o vilão da história. E o dinheiro mal gasto em anúncios de projectos que nunca saem do papel? Ah, isso ninguém menciona. As festas e festinhas, e os grandes festivais de verão, que na verdade até são importantes, continuam a acontecer sem poupança.
Os albicastrenses, que aguardavam ansiosos o circo colorido da Volta, com os seus camiões de assistência, o marketing efervescente e os brindes distribuídos à população que se aglomera na Avenida Nuno Álvares, ficam agora desolados. Era um dia inteiro a falar da cidade, com a transmissão a partir da piscina-praia de Castelo Branco, elevando o nome local. Mas não, a Volta a Portugal passa ao largo, e a Covilhã, essa sim, aproveita mais uma vez os disparates da má gestão municipal de Rodrigues.
A nossa querida Volta, em vez de parar em Castelo Branco, dirige-se à Covilhã e até passa por Penamacor. E tudo porque Rodrigues, na sua infinita sabedoria e proximidade com Espanha, achou que a Volta a Espanha seria mais “fina”. Poderia ser mais económico ter ambas as voltas, dizem alguns. Se é caro, podiam apertar o cinto noutras áreas, no dinheiro mal gasto onde não se vê obra, mas sim faturas a compadrios nas artes livreiras, sempre com os mesmos a amplificar a voz para encobrir a má gestão camarária.
Enquanto isso, a cidade continua a arder sob o sol, sem as árvores de grandes copas que outrora a refrescavam, todas eliminadas pelo grande “iluminado” comendador, que com o programa Polis transformou a cidade num forno. A falta de visão estratégica de Rodrigues e a sua incapacidade de gestão tornam-se cada vez mais evidentes, deixando Castelo Branco na sombra do progresso e da inovação, ironicamente, à mercê das altas temperaturas que se fazem sentir. E diz ele, que está a trabalhar por Castelo Branco e para dar aos albicastrenses condições. Imaginem se não estivesse! A cidade continua estagnada, incapaz das pessoas não terem dinheiro para ir ver o mar das praias, que estão a uma centena de quilómetros, ou as nossas piscinas fluviais que, de vez em quando, se deparam com descargas de fossas sépticas, alterando as suas análises e ficando interditas para banhos em pleno verão.
Portanto, enquanto a Covilhã celebra, Castelo Branco observa em silêncio, resignada com a liderança de um presidente que promete tudo, mas entrega pouco. Em vez de se tornar um ponto de paragem vibrante na Volta a Portugal, a cidade é forçada a assistir de longe, vítima de uma administração que se vangloria de inovações imaginárias, mas que falha redondamente em trazer o tão necessário desenvolvimento real para a sua população.