A Câmara Municipal de Loures vai despejar 550 famílias de casas de habitação social por falta de pagamento de rendas que começam nos 4,5 euros. A informação foi avançada pelo autarca, Ricardo Leão (PS), em entrevista à Renascença, publicada esta quarta-feira.
Ricardo Leão, presidente da Câmara Municipal de Loures, que recentemente foi eleito presidente da FAUL (Federação da Área Urbana de Lisboa do PS), vai despejar 550 famílias de casas de habitação social por falta de pagamento de rendas.
“Não estavam a pagar rendas. E a Câmara anterior, presidida por Bernardino Soares do PCP, fingia que não havia problema nenhum. A dívida foi-se acumulando e atingiu os 14 milhões de euros. O que nós fizemos foi fazer um plano de regularização da dívida com um objetivo claro: para quem não aderisse ao plano, havia despejos. Direitos e deveres iguais para todos”, afirma o autarca socialista de Loures.
Durante a entrevista, Ricardo Leão esclareceu que esse plano de regularização permitiu reduzir o número de pessoas em incumprimento de 55% para 22%. E agora, quem não respondeu vai ter de sair de casa.
“Agora, esses 22% vão ser todos despejados. Essas são casas ocupadas, nitidamente ocupadas. É como a água. Como é possível que dos 2.500 fogos só haja 750 contadores ativos? O resto vivia sem água? Roubavam a água e isto é a verdade”, revela.
O presidente da autarquia acredita que esta é uma questão de igualdade e que esta ação da Câmara pode impedir o crescimento de populismos.
“Os discursos populistas alimentam-se disto. Sem racismo, sem xenofobia, para mim não importa se é branco, se é negro, se é indiano, tem é que cumprir e estão a cumprir. E isto é importante para poder investir. No primeiro semestre de 2021, recebi de rendas 600 mil euros, no primeiro semestre deste ano, já recebi 1 milhão e 300 mil”, afirma o presidente da Câmara de Loures.
Num esclarecimento posterior à gravação da entrevista, Ricardo Leão confirmou à Renascença que se trata de 550 agregados familiares. Estão “em processos jurídicos”, esclareceu o autarca. Posteriormente, a Renascença apurou que se trata de inquilinos residentes nos bairros Terraços da Ponte, Quinta da Fonte e Quinta das Mós.