Nicolás Maduro tomou posse esta sexta-feira para o seu terceiro mandato como Presidente da Venezuela, numa cerimónia realizada na Assembleia Nacional, controlada pelo partido no poder. O ato ocorre em um contexto de intensas disputas políticas e sociais, após as eleições presidenciais de julho, nas quais a oposição reivindica a vitória. As eleições, amplamente contestadas e marcadas por alegações de fraude, geraram protestos tanto no país como no exterior, principalmente devido às acusações de repressão e violação de direitos humanos por parte do governo.
O juramento de Maduro foi feito perante um parlamento alinhado com o seu regime, no momento em que a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, relatava a sua breve detenção pelas forças de segurança do Estado, acusação que foi prontamente negada pelo governo. A detenção de Machado, uma das principais vozes contra o regime de Maduro, gerou mais críticas internacionais e acentuou o clima de tensão política na Venezuela.
Em paralelo, o governo dos Estados Unidos anunciou o aumento da recompensa para 25 milhões de dólares a quem fornecer informações que levem à detenção de Nicolás Maduro. Este valor, o mais alto permitido pela legislação americana, foi igualmente estendido ao ministro do Interior, Diosdado Cabello, enquanto o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, viu a sua recompensa fixada em 15 milhões de dólares. As recompensas fazem parte de um esforço por parte dos EUA para pressionar a liderança venezuelana, numa tentativa de enfraquecer o regime.
Além disso, Washington impôs novas sanções a oito figuras proeminentes do regime de Maduro, incluindo o presidente da petrolífera estatal PDVSA e o ministro dos Transportes. Estas sanções visam, segundo as autoridades americanas, penalizar aqueles envolvidos em práticas de corrupção e na repressão da oposição política. A lista de sancionados inclui ainda 37 funcionários, entre os quais juízes e procuradores responsáveis por processos legais controversos, como o caso de Edmundo González Urrutia, a quem a oposição e vários governos internacionais atribuem a vitória nas eleições de julho.
A situação na Venezuela continua a ser uma das mais delicadas da América Latina, com a crise política e económica a agravar-se e a comunidade internacional a exercer pressões constantes sobre o governo de Maduro. O aumento das tensões internas e externas promete marcar os próximos anos de um governo que já enfrenta desafios significativos para garantir a estabilidade e o apoio popular.