O Ministério Público (MP) requereu a prisão preventiva para o ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e os empresários Avelino Farinha e Custódio Correia, como parte de uma investigação sobre suspeitas de corrupção na Madeira. Os três suspeitos, detidos há mais de duas semanas, aguardam agora a decisão do juiz de instrução quanto às medidas de coação a serem aplicadas
O interrogatório de Pedro Calado prosseguiu no Campus de Justiça, em Lisboa, até que o ex-autarca afirmou estar “desgastado e não responderia a mais perguntas”, conforme relatado pelo advogado Paulo Sá e Cunha.
O juiz de instrução criminal Jorge Bernandes Melo convocou os advogados de Custódio Correia e Avelino Farinha para o início das alegações, uma vez que Pedro Calado optou por não responder mais perguntas. O ex-presidente da maior câmara da Madeira renunciou formalmente ao cargo na semana anterior.
A inquirição de Pedro Calado, iniciada na terça-feira, ainda não tem previsão para a definição das medidas de coação para os três suspeitos detidos desde 24 de janeiro.
No decorrer da investigação, líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, ambos detidos desde a mesma data, foram ouvidos no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) realizou aproximadamente 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias, principalmente na Madeira, mas também nos Açores e em várias regiões do continente. O processo investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e renunciou ao cargo, levando seu executivo a entrar em gestão na última segunda-feira.