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Ministra “roeu a corda” com os sindicatos de policias

Quatro sindicatos de policias abandonaram as negociações com a ministra da Administração Interna e a reunião terminou sem acordo, como ORegiões tinha previsto há duas semanas. Na altura falamos em cenários possíveis que agora se vão concretizar: Os policias vão mesmo voltar à rua. Tudo por culpa de promessas eleitorais não cumpridas.

Ministra “roeu a corda” com os sindicatos de policias
Foto: Global Imagens – Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco

Há quarta reunião com os sindicatos das polícias e dos militares da GNR, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, meteu “o pé na argola” e, como Pilatos, lavou as suas mãos desde imbróglio. Aumentou a proposta destinada a compensar os agentes das forças de segurança pelo risco da profissão. Porém, essa cedência não foi suficiente para chegar a acordo com os polícias e, pelas 23h30 horas, os sindicatos abandonaram a reunião que decorreu esta terça-feira no Ministério da Administração Interna.

Ou seja, mais uma vez, como salientam os sindicatos da Plataforma, o Governo,pela voz da ministra Margarida Blasco, “roeu a corda”. Agora, vai-se ver o “desenrolar” desde “braço de ferro” entre o Governo de Montenegro (que prometeu mundos e fundos) e os policias.

Um facto é que o Governo propôs nesta terça-feira um aumento de 300 euros no suplemento de risco da PSP e GNR, valor a ser pago de forma faseada até 2026, passando o suplemento dos atuais 100 para 400 euros. Mas segundo a proposta, que foi apresentada pela ministra da Administração Interna aos sindicatos da PSP e associações da GNR, os 300 euros de aumento seriam pagos por três vezes, sendo 200 euros em julho e os restantes no início de 2025 e 2026, com um aumento de 50 euros em cada ano. O que contraria o que os sindicatos tinham acordado com os diferentes partidos, nomeadamente com a AD, durante a campanha eleitoral.

Com esta proposta, a vertente fixa do atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança passa dos 100 para os 400 euros, mantendo a vertente variável de 20% do ordenado base dos militares da GNR e polícias da PSP. Inicialmente, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, começou por se reunir com os sete sindicatos da PSP, mas ao fim da tarde as cinco associações da GNR juntaram-se à reunião, estando reunidos em conjunto.

Não há condições

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Bruno Pereira, do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, disse que apesar do “espaço de cedências” que foi aberto pelos sindicatos não há condições para chegar a acordo, embora ainda acredite que tal possa vir a acontecer no futuro. “Dependerá sempre da boa vontade do Governo”, disse aos jornalistas no final da reunião. “A distância entre a proposta do Ministério e a nossa proposta, apesar de todas as cedências possíveis, não foi suficiente para haver uma convergência”, afirmou, deixando “nas entrelinhas” a possibilidade dos policias voltarem às manifestações públicas.

“Não houve acordo. Foi uma longa maratona. Houve uma proposta do MAI que não acompanhamos”, disse aos jornalistas o porta-voz da plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR, Bruno Pereira, no final da reunião com a ministra da Administração Interna. Para o também presidente da Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, o valor apresentado pelo MAI “ficava por metade daquilo” que defendia a plataforma.

Segundo a proposta apresentada pela ministra da Administração Interna aos sindicatos da PSP e associações da GNR, os 300 euros de aumento seriam pagos por três vezes, sendo 200 euros em julho e os restantes no início de 2025 e 2026, com um aumento de 50 euros em cada ano.

Com esta proposta, a vertente fixa do atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança passaria dos 100 para os 400 euros, mantendo a vertente variável de 20% do ordenado base dos militares da GNR e polícias da PSP.

Representantes foram abandonando a reunião

Inicialmente, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, começou por se reunir com os sete sindicatos da PSP, mas ao fim da tarde as cinco associações da GNR juntaram-se à reunião, que chegou a ser interrompida por três ocasiões durante a tarde e início da noite, segundo a RTP.

Entretanto, a Associação Sindical Autónoma de Polícia, que não faz parte da plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR, e o Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP) e Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), que pertencem à plataforma, abandonaram as negociações por não concordar com a proposta.

O presidente do SIAP, Carlos Torres, disse aos jornalistas que “abandonaram as negociações porque a contraproposta que a ministra apresentou ainda é muita curta”. Segundo Carlos Torres, esta será a última proposta apresentada pelo Governo.

“O SIAP não concorda e ao não concordar não pode continuar na mesa de negociações”, disse, admitindo formas de luta no futuro. Carlos Torres sublinhou que o SIAP não concorda que “um segurança da Polícia Judiciária ganhe mais de suplemento de missão do que um polícia da PSP”.

Também o presidente do Sindicato Nacional da Polícia, Armando Ferreira, afirmou aos jornalistas que “as reuniões acabaram para o Sinapol”. Armando Ferreira explicou que “já não há mais reuniões com a ministra, mesmo sem acordo”.

Pedido de reunião com todos

“Não sabemos o que o Governo vai decidir agora. A vida de uns polícias não pode valer mais do que outros polícias. Não podemos aceitar este valor”, disse avançando que o Sinapol pediu reuniões a todo os grupos parlamentares no sentido de se encontrar uma solução legislativa.

A ministra continuou reunida, num encontro que começou por volta das 17h30, com quatro sindicatos da PSP e cinco associações da GNR. Esta é a quarta proposta que a ministra da Administração Interna apresenta aos sindicatos da PSP e associações da GNR.

A plataforma composta por 11 sindicatos da PSP e associações da GNR apresentou ao Governo uma contraposta, propondo que o suplemento que cobre o risco aumente 300 euros este ano e outros 300 em 2025, passando dos atuais 100 para 700 euros. A plataforma defende que os 600 euros de aumento sejam pagos de forma faseada entre este ano e 2025.

Aguardamos as cenas dos próximos capítulos. Vamos ver quem cede…

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Alfredo Miranda
Alfredo Miranda
Jornalista desde 1978, privilegiando ao longo da sua vida o jornalismo de investigação. Tendo Colaborado em diferentes órgãos de Comunicação Social portugueses e também no jornal cabo-verdiano Voz Di Povo.

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