Agostinho Ferreira Barrias faleceu esta quinta-feira, aos 85 anos de idade. O dono do Magestic Café que fez do centenário espaço um dos mais belos postais da cidade do Porto.
Agostinho Barrias não foi um homem mediático, mas as suas obras são jóias da coroa portuense, que resistiram a todas as modas e crises.
Nos anos 80, Agostinho Barrias na comprou o Magestic e também o café Guarany, outro espaço de luxo na avenida dos Aliados. Ambos estavam destinados a passarem a agências bancárias, em tempos que os bancos apostaram em ter muitos balcões.
Mas, sobretudo o Magestic, que nasceu nos anos 20 e tem uma história de Belle Époque chamou a atenção de Agostinho Barrias.
O empresário tinha regressado do Brasil, para onde emigrou aos 19 anos, e veio com uma nova visão da restauração de referência que juntou ao gosto pelo património da cidade invicta.
A arquitetura dos anos 20 que o café manteve ao longo de cem anos, com as adequadas adaptações ao longo tempos, modas e tendências, sem nunca perder o nível intelectual, o luxo e o glamour. Os majestosos espelhos, os bancos e cadeira em veludo, os tetos desenhados em estuque, os candeeiros, as estátuas, os empregados de laço, são imagens de marca do Magestic, onde atualmente há filas de turistas para entrar no café onde os preços são acima da média, porque o luxo paga-se sempre.
E tudo isto a propósito da morte do seu dono, o homem que evitou que o premiado café Magestic fosse hoje uma antiga agência bancária, entretanto fechada porque agora os Bancos voltaram a concentrar os serviços em poucos edifícios.
Agostinho Ferreira Barrias deixa aos filhos o legado do Magestic Café, do Guarany, mas também vários hotéis, entre os quais o receber Plaza Aliados, que será inaugurado em breve.
A cerimónia fúnebre de Agostinho Ferreira Barrias está marcada para segunda-feira, às 15 horas, na igreja das Antas, e o funeral será no cemitério da Lapa. O velório também decorrerá na igreja das Antas. Sábado, entre as 18 e as 23 horas. No domingo, até às 21 horas.