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Movimentos neo-nazis provocam confrontos no Rossio

Algumas dezenas de manifestantes de movimentos de extrema-direita como o partido Ergue-te, o Habeas Corpus e o Grupo 1143, de cariz neonazi, envolveram-se esta tarde em confrontos com a PSP no Rossio, depois de partirem garrafas e provocarem distúrbios, num “combate” aos valores da liberdade e da democracia. Nesta concentração não autorizada, o ex-juiz Rui Fonseca e Castro, líder do partido Ergue-te, acabou por ser detido. A PSP já tinha avisado o ex-juiz de que estava a incorrer num crime de desobediência. Momentos depois Fonseca e Castro acabou por se entregar, criando momentos de tensão. Mário Machado foi detido pouco depois, após confrontos entre grupos de extrema-direita, que gritavam “Salazar, Salazar…” e manifestantes antifascistas

Viveram-se momentos de grande tensão esta tarde de sexta-feira (Dia da Liberdade, em Lisboa, na sequência de desacatos e confrontos provocados por movimentos de extrema-direita. A concentração não autorizada de movimentos de extrema-direita no Rossio obrigou a PSP a reforçar o dispositivo de segurança na zona, após confrontos com os manifestantes, que arremessaram garrafas e outros objetos à polícia.

Na sequência destes distúrbios no Dia da Liberdade, o líder do partido Ergue-te, Rui Fonseca e Castro e Mário Machado, do Grupo 1143, foram detidos, assim como outro manifestante, por resistência e coação.

Apesar de ter sido proibida pela autoridades, a manifestação neo-nazi, que pretendeu colocar em causa a liberdade conquistada pelos capitães de Abril, foi convocada pelos grupos Ergue-te, o Habeas Corpus e o Grupo 1143 para o Martim Moniz e, na sua génese, continha uma provocação directa à comunidade muçulmana: “porco no espeto” no Martim Moniz. O presidente do Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, acabou mesmo por ser algemado e detido pelas autoridades, já no Largo de São Domingos, em Lisboa.

Antes da detenção, a PSP avisou o ex-juiz de que estava a incorrer num crime de desobediência. Momentos depois Fonseca e Castro acabou por ser detido, criando momentos de tensão, que exigiu a intervenção do dispositivo policial para conter a agitação. Uma centena de apoiantes de grupos de extrema-direita como o Habeas Corpus e o 1143 gritaram: “prendem um, prendem todos”.

Mesmo existindo um parecer negativo da PSP e sem aval da CML, Rui Fonseca e Castro apareceu, garantindo estar em pré-campanha eleitoral. Já na quinta-feira, num vídeo partilhado nas redes sociais, já tinha garantido que o partido se iria manifestar esta sexta-feira no Martim Moniz “para uma festa da família portuguesa, para uma celebração da portugalidade, mas sobretudo para uma demonstração de civilidade e de irmandade” e também contra a “transformação de Portugal num califado muçulmano”.

Em contra-manifestação, mais de uma centena de pessoas compareceu para mostrar o seu desagrado a esta iniciativa neo-nazi, gritando palavras de ordem como: “Fascistas, racistas, chegou a vossa hora, os imigrantes ficam e vocês vão embora”. “Somos todos antifascistas”, respondeu, em uníssono, o grupo de mais de uma centena de pessoas contra a ação da extrema-direita.

Os confrontos no Martim Moniz e também no Largo de S. Domingos aconteceram enquanto, ao mesmo tempo, na Avenida da Liberdade, muito próxima desses locais, decorria o tradicional desfile do 25 de Abril.

No vídeo publicado em canais públicos do Ergue-te, anterior Partido Nacional Renovador (PNR), e partilhado por movimentos de extrema-direita, como o 1143, Fonseca e Castro defendeu que se trata de “um evento organizado por um partido político”, inserido na campanha para as eleições legislativas de 18 de maio, e, por isso, “não pode ser proibido”.

Nesse âmbito, o líder do Ergue-te acrescentou que o partido pediu um parecer à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que este órgão permitiu a realização do evento como “se encontra configurado”.

No entanto, ainda na quinta-feira, fonte oficial da CNE negou ter recebido qualquer pedido de parecer do Ergue-te sobre a realização esta sexta-feira, 25 de Abril, de uma manifestação no Martim Moniz.

Sobre a possibilidade de uma manifestação convocada por um partido político poder ser proibida ou o seu percurso alterado, esclareceu que “não compete à CNE pronunciar-se sobre as circunstâncias de tempo, lugar e modo em que o exercício daquele direito se processa”.

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Alfredo Miranda
Alfredo Miranda
Jornalista desde 1978, privilegiando ao longo da sua vida o jornalismo de investigação. Tendo Colaborado em diferentes órgãos de Comunicação Social portugueses e também no jornal cabo-verdiano Voz Di Povo.

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