Milhares de manifestantes reuniram-se ontem na icónica Praça da Bastilha, em Paris, para expressar o seu descontentamento face à nomeação de Michel Barnier como primeiro-ministro por Emmanuel Macron. A manifestação, que começou às 14:00 horas locais (13:00 em Lisboa), foi organizada por uma ampla coligação de sindicatos e associações estudantis, feministas e ecologistas, todos unidos pelo apelo à destituição do Presidente Macron
Os participantes, enérgicos nos seus cânticos e lemas, como “Macron, Macron destituição” e “Greve, bloqueio, Macron na prisão”, têm como objetivo não apenas contestar a nomeação de Barnier, mas também exigir que se respeite o resultado das eleições legislativas. A recente dissolução da Assembleia Nacional, seguida de eleições antecipadas a 7 de julho, trouxe uma vitória para a coligação de esquerda Nova Frente Popular, ainda que sem uma maioria absoluta, o que complicou a governabilidade do país.
Michel Barnier, político de longa data e figura destacada do partido conservador Republicanos, foi escolhido por Macron para liderar o governo. Contudo, a escolha não foi bem recebida por amplos sectores da sociedade francesa, que veem nesta nomeação uma tentativa de marginalizar o mandato popular expresso nas urnas. O facto de Barnier representar a ala direita acentua ainda mais as divisões políticas no país, contribuindo para um clima de crescente contestação.
A manifestação, que até ao momento decorre de forma pacífica mas sob forte vigilância policial, deverá prosseguir pelas principais artérias da capital, terminando na Praça de Nation, onde são esperados novos momentos de forte contestação política. Entre faixas, cartazes e palavras de ordem, a mensagem dos manifestantes é clara: uma exigência de mudança profunda no panorama político francês e o respeito pelo voto popular.