O Dia da Marinha celebra-se este ano no Porto, de 18 a 21 de maio, com mais de 30 iniciativas, entre visita a navios, batismos de mar, exposições, concertos e um desfile com 500 militares. A Ribeira do Douro e a zona da Alfândega são os palcos principais das celebrações, com o Navio-Escola Sagres como atração maior.
O Navio-Escola Sagres já atracou no cais da Ribeira e até abriu mais cedo as visitas gratuitas ao interior da histórica e imponente embarcação à vela que tem como missão principal representar a Marinha de Portugal. Por onde passa, a embarcação é admirada como uma rainha e visitada ao pormenor. No Douro, balança e convida a subir para a apreciar melhor.
E mal o Navio-Escola Sagres atracou no cais da Ribeira no passado dia 15 – para se preparar e engalanar para o festejos do Dia da Marinha, que começam na próxima quinta-feira, dia 18 e terminam a 21 – foi o alvo de todos os olhares. Assim, a organização decidiu abrir esta terça-feira visitas gratuitas a toda a população.
Como sol a brilhar e a cidade do Porto cheia de turistas, os estrangeiros não hesitaram em subir ao navio para apreciar cada detalhe. E são muitos. Os tês enormes mastros, as três rodas de leme manuais, os sinos, as cordas, as insídnias, o museu onde brilha a esfinge do patrono do Sagres, o Infante D. Henrique, bem como o espólio que foi recolhendo em ofertas pelos portos por onde passou e recebeu milhares de visitantes.
O Navio-Escola Sagres foi construído em 1937 em Hamburgo, na Alemanha e batizado como “Albert Leo Schlageter. Depois do final da segunda guerra mundial, é atribuído as países aliados, no caso aos Estados Unidos da América. O “Albert Leo Schlageter” foi vendido pelos norte-americanos ao Brasil, em 1948, pelo preço simbólico de 5000 dólares, tendo o seu reboque para o Rio de Janeiro, onde chegou a 6 de Agosto, custado outro tanto. A 27 de Outubro desse mesmo ano, com o nome de “Guanabara”, foi incorporado na marinha brasileira como navio-escola.
Em 1962, Portugal compra a embarcação que é depois rebatizado por Navio-Escola Sagres, já que veio para substituir o velho Navio Sagres. Tem uma longa história para contar ao longo de toda a sua existência, bem como nos últimos 61 anos que está ao serviço da Marinha Portuguesa. Conta mais de 100 mil horas de navegação, passou por cerca de 165 portos estrangeiros.
Ao Navio-Escola Sagres, juntam-se a Fragata D. Francisco de Almeida, o Navio Patrulha Oceânico Sines e a Lancha de fiscalização do rio Minho. A partir de 18 de maio, todos os navios vão estar de portas abertas durante as 10h00 e 12h00, e as 14h00 e 18h00, e a visita será feita nos Cais da Ribeira e da Alfândega.
Durante o mesmo período, estão também previstos batismos de mar nos navios da República Portuguesa Rio Minho e Sagitário, em lanchas e motas de água, no Cais da Polícia Marítima, no Cais da Estiva-Ribeira ou no Cais da Alfândega.
Na quinta-feira, a partir das 11h30, o parque de estacionamento da Alfândega do Porto vai ser palco de várias exposições demonstrativas. Para quem tiver maior espírito de aventura, poderá ser fuzileiro por um dia, ter acesso às paredes de escalada, experimentar mergulho numa piscina, visitar tendas com armamento e ‘airsoft’, deixar-se fotografar ao lado de viaturas e embarcações que integram o contingente das forças armadas.
No edifício da Alfândega estará instalada uma exposição “imersiva”, simulando diferentes ambientes como “as dificuldades que os marinheiros enfrentam em alto mar”, e na Praça do Infante D. Henrique, os visitantes vão poder “colocar-se na pele de um elemento de uma equipa de salvamento e resgate.
Na quinta-feira, está também prevista a inauguração do Monumento do Dia da Marinha, pelas 13h00, no Farol de São Miguel-O-Anjo, junto ao Passeio Alegre, sendo que antes da inauguração da obra, vai decorrer uma ação solidária na Ala Pediátrica do Hospital São João, promovida pelo agrupamento Marinheiros da Esperança. Na sexta-feira, 19 de maio, pelas 21h30, o parque de estacionamento da Alfândega vai ser palco de um concerto da Banda da Armada e do músico portuense Miguel Guedes. A Banda da Armada vai também passar pela baixa da cidade com demonstrações de cinotécnica e de veículos não tripulados no Mercado do Bolhão, Estação de São Bento, Rua das Flores e no Via Catarina. No entanto, é no Mercado do Bolhão que o Dia da Marinha, 20 de Maio, será vivido “com mais intensidade”, estando previstas demonstrações de degustação, exposições e uma demonstração de veículos não tripulados.
Outro momento alto das celebrações será no domingo com uma cerimónia militar que vai reunir cerca de 500 militares na zona da Alfândega. O desfile arranca às 12h00 e seguirá o sentido Alfândega-Ribeira, podendo ser visto por toda a população. Na última parte do desfile, que durará cerca de uma hora e meia, está prevista uma demonstração de capacidades junto ao rio Douro e que envolverá um helicóptero. Antes do desfile está prevista, pelas 10h30, uma celebração religiosa na Igreja de São Francisco. Neste último dia, o Jardim das Sobreiras vai também tornar-se, por algumas horas, num ginásio ao ar livre, com uma prova de ‘crossfit’. Em todos estes eventos, estão envolvidos 1000militaresda Marinha.
O Chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, acompanha as celebrações e acredita que serão “um sucesso”. Também Rui Moreira, presidente da câmara do Porto, está totalmente orgulhoso e empenhado nas comemorações do Dia da Marinha, que este ano navega na cidade invicta.