As burlas informáticas têm vindo, cada vez mais, a serem otimizadas por aqueles que ganham dinheiro a enganar os outros. Nos últimos tempos, são cada vez mais as pessoas e as instituições que não se sentem seguras quando acedem às redes sociais, ao email ou simplesmente consultam as SMS. Agora foi a vez do Jardim Zoológico de Lisboa ser alvo dos burlões.
Os crimes de teor informático e online aumentaram exponencialmente devido ao confinamento social, segundo as forças policiais foram recebidas mais de 36.000 queixas de burla informática e nas comunicações nos últimos quatro anos, tendo este tipo de crime aumentado 20% em 2022 e lesado instituições e milhares de particulares.
De facto, os burlões não olham a meios para atingir os seus fins e, desta vez, a “vítima” foi o Jardim Zoológico de Lisboa, que foi obrigado a vir a público denunciar que está a ser cometida em seu nome uma burla para roubar dinheiro aos “amigos do Zoo”. A burla, que já enganou cerca de 14.000 pessoas, tem como engodo um passatempo em nome da instituição.
Dados da PSP mostram que este crime de burlas praticadas através de meios digitais tem vindo a aumentar desde 2019, quando se verificaram 6.758 queixas, passando para 8.706 em 2020 (mais 29%), “um aumento significativo” que coincide com o primeiro confinamento devido à pandemia de covid-19 e durante o qual a população fez compras através de plataformas digitais.
Desta vez, o Zoo de Lisboa (o primeiro parque com fauna e flora da Península Ibérica, inaugurado em 1884) foi vítima do cibercrime, que já burlou pelo menos 100 pessoas, que contactaram a instituição a questionar a veracidade da iniciativa. No entanto, este número poderá aumentar.
Quem alertou para a prática desde crime foi o próprio Jardim Zoológico de Lisboa, que garantiu tratar-se de uma página do Facebook falsa, criada apenas para enganar o público.
Segundo a instituição, o passatempo tinha como intuito celebrar o aniversário do Zoo, oferecendo quatro bilhetes a cada 10 vencedores. Para ganhar os bilhetes, as vítimas teriam de comentar a publicação e, após receberem a confirmação de que eram vencedores, indicavam “os dados do cartão [bancário], a fim de ser cobrado 2 euros de envio da oferta” dos bilhetes.
O Jardim Zoológico de Lisboa, em comunicado, informa que “não está a realizar nenhum passatempo no Facebook” e que a conta é falsa. A instituição alerta ainda que apenas realiza passatempos através do seu site ou através do Instagram:@jardimzoologico_oficial.
Autoridades aconselham…
A Polícia Judiciária, a PSP e a GNR alertam para o facto de os “burlões tentarem ganhar a sua confiança, para roubar o seu dinheiro”, lembrando que os criminosos utilizam todos os meios para contactar as vítimas: telefone, correio postal, correio electrónico e a Internet.
As forças policiais recordam que os cenários utilizados para enganar mudam constantemente, sublinhando que as pessoas podem proteger-se, bem como aos seus amigos e familiares. E, por isso, a GNR aconselha a não partilharem dados pessoais ou bancários com desconhecidos, recomendando, ainda, o uso apenas de meios de pagamento com os “quais esteja verdadeiramente familiarizado”.
Segundo a GNR, “antes de fazer uma compra procure informações sobre o vendedor e condições do negócio”, que “guarde os registos das operações efetuadas” e esteja “sempre atento aos termos e condições dos sites ao subscrever algum serviço”.