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Nova falha técnica no navio Mondego vem reforçar alerta dos 13 militares

O NRP Mondego teve de abortar novamente uma missão nas últimas horas, devido a questões técnicas. A nova avaria surgiu quando a embarcação rumava às Ilhas Selvagens com o objetivo de fazer a rendição da equipa de vigilantes naquele território. O navio acabou por ser rebocado de volta para a Madeira.

Nova falha técnica no navio Mondego vem reforçar alerta dos 13 militares
DR

Esta seria a primeira missão desde o episódio que envolveu 13 militares que se recusaram a embarcar, alegando precisamente que o navio não reunia condições para operar. As associações militares representativas dos sargentos e praças defenderam esta terça-feira que o facto de o navio ‘Mondego’ ter falhado novamente uma missão reforça o “grito de alerta” dos 13 militares que recusaram embarcar na operação de 11 de março.

Ainda não há explicações oficiais para a última avaria, mas foi avistado fumo intenso a sair das chaminés do navio. Já na segunda-feira o Mondego não pudera sair em missão devido ao que a Armada descreveu como um “contratempo”.

O navio “será objeto, ainda hoje, de uma inspeção técnica por parte de peritos da direção de Navios, que se deslocarão à ilha da Madeira”.

“Infelizmente, para nós, foi a confirmação do grito de alerta lançado pelos 13 marinheiros”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), António Lima Coelho, acrescentando ainda que esta “foi uma atitude de grande responsabilidade, coragem e grande dignidade” e que gostaria de ver alguns comentadores retratarem-se após declarações ofensivas sobre os camaradas.

Relembre-se que há uma semana, confrontada com acusações de ocultação de provas por parte dos advogados dos militares afastados do navio, a Marinha veio negar “cabalmente” ter “apagado qualquer prova”, acrescentando, em comunicado, que a inspeção ao navio confirmou “as avarias em questão que, contudo, não eram impeditivas do cumprimento da missão em segurança”, sendo que “algumas das avarias foram, inclusive, reparadas com a participação dos militares que destacaram do navio na semana passada”, acentuava então a Marinha.

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A Marinha participou o sucedido à Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal, tendo também instaurado processos disciplinares.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Praças (AP), cabo-mor Paulo Amaral, defendeu que os motivos “de ordem técnica” que levaram o Navio da República Portuguesa (NRP) ‘Mondego’ a ter de abortar novamente uma missão esta segunda-feira nas Ilhas Selvagens, na Madeira, confirmam que “as coisas não estavam a correr bem” no passado dia 11 de março.

“Veio a confirmar-se que de facto as condições de segurança que o navio tinha não eram as indicadas para navegar em qualquer tipo de missão, seja ela qual fosse”, considerou, numa referência à polémica. O dirigente da Associação de Praças reforçou ainda que “aqueles 13 camaradas transmitiram de uma forma leal, honesta e séria ao comandante do navio” e que estes marinheiros “não cometeram nenhum ato de insubordinação, nem de insubmissão, mas sim de extrema lealdade para com a Marinha de guerra portuguesa e para com a pátria”.

Quanto ao chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, o sargento afirmou que caberá ao próprio pronunciar-se sobre o assunto.

“Espero ver do senhor almirante uma atitude consentânea com aquilo que estamos a viver. Assim como o senhor almirante entendeu fazer o que fez naquela altura, espero que da mesma forma perceba e diga o que entende, mas isso ao senhor almirante caberá”, acrescentou.

Quanto ao Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, António Lima Coelho afirmou que, se na altura do primeiro incidente, o chefe de Estado defendeu um reforço da manutenção dos equipamentos, agora tem ainda mais motivos para tal.

“Se o senhor presidente tinha essa preocupação, julgo que agora tem matéria mais do que suficiente para voltar a afirmar a sua preocupação com muito mais veemência”, defendeu.

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