Yahya Sinwar, recém-nomeado líder do grupo islamita Hamas, apelou esta segunda-feira a uma “longa guerra de desgaste” contra Israel, envolvendo diretamente aliados pró-iranianos na Faixa de Gaza, no Iémen, no Líbano e no Iraque. Num discurso dirigido ao movimento Huthi, do Iémen, Sinwar sublinhou a necessidade de intensificar as ações militares contra o Estado de Israel, felicitando o líder dos Huthis, Abdulmalik Badradín al-Huti, pelo recente ataque com um míssil balístico que atingiu as imediações de Telavive.
O ataque, que provocou feridos e danos significativos na cidade de Modiin, foi descrito por Sinwar como um “duro golpe” nas ambições israelitas, reforçando a capacidade de resistência dos grupos alinhados contra Israel. Os Huthis afirmam que o míssil percorreu mais de 2.000 quilómetros em onze minutos, gerando “pânico” entre a população israelita. Este ataque ocorre no contexto de uma escalada regional de violência, desencadeada a 7 de outubro por um ataque coordenado do Hamas em território israelita, que resultou em mais de 1.200 mortos.
Sinwar destacou a importância de uma cooperação estratégica entre os vários grupos armados na região, agradecendo o apoio militar e ideológico dos Huthis. “Preparamo-nos para uma longa luta que quebrará a vontade de Israel”, afirmou, sublinhando o papel central dos aliados no Iémen e no Líbano, bem como o Hezbollah e grupos armados no Iraque.
O ataque de domingo, embora parcialmente neutralizado pelo sistema de defesa de Israel, acentuou o envolvimento dos Huthis no conflito, numa altura em que a ofensiva israelita na Faixa de Gaza já causou mais de 41 mil mortos, a maioria civis, de acordo com as autoridades locais. A crise humanitária continua a agravar-se, enquanto os aliados do Irão na região intensificam as suas ações militares, aumentando a instabilidade no Médio Oriente.
Esta é a terceira mensagem de Sinwar dirigida aos Huthis desde que assumiu a liderança do Hamas, após a eliminação de vários dirigentes do grupo pelas forças israelitas. O discurso reforça a aliança entre os movimentos pró-iranianos na região, que têm respondido com força aos ataques israelitas, numa demonstração de solidariedade e apoio mútuo contra o Estado de Israel.