Segunda-feira,Outubro 14, 2024
18.1 C
Castelo Branco

- Publicidade -

O Motim Prigozhin

Nos últimos dias as televisões portuguesas acompanharam ao pormenor as tentativas de salvamento do Titan e seus muito abastados passageiros, esquecendo as centenas de pobres e pretos migrantes que terão morrido na sequência do naufrágio do barco em que tentavam atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa.

O Motim Prigozhin
DR

Falecidos os abastados – que pena, quantas entrevistas se perderam a esses aventureiros – eis que surge outro tema para encher os telejornais, breaking news, alertas, notícias em última hora e outros flashes que captem a atenção dos telespectadores.

O Motim Prigozhin!

E tantas foram as explicações e conjunturas sobre o que de facto aconteceu, designadamente analisando se Putin terá saído fragilizado ou reforçado na sua liderança, que também eu resolvi alegar os meus argumentos.

- Publicidade -

Mas, desde já, clarifico o que penso sobre o atual regime russo: trata-se de um sistema dominado por oligarcas, onde impera o capitalismo selvagem, “imposto” pelos governos neoliberais que se consolidavam no Reino Unido, EUA, etc, após a queda da URSS. Todavia, a sua história e segurança nacional levam a Rússia a atitudes com as quais podemos não concordar, mas que deverão ser levadas em conta.

Este motim foi encenação/ meia encenação/ ou, o que é mais provável, mera acção corporativa de militares que desejam ser melhor pagos e ter mais poder (Grupo Wagner)? Seja como for, Putin terá aproveitado para isolar Prigozhin e fazer alterações no ministério da defesa, perante o que se passa na Ucrânia, invasão que pensavam ir correr melhor.

O Motim Prigozhin
DR

Esta acção levantou o véu sobre problemas existentes, alguns antigos outros recentes e expectáveis. Ninguém resolveu nada, apenas abafaram. Mas, penso eu, este acordo entre o governo russo e os revoltosos foi a melhor solução, assim se evitando um possível banho de sangue.

Não pode haver divisão interna ou levantamento de questões estruturais sem a guerra em curso parar, numa paz equilibrada e que leve em conta a realidade no terreno. Divisões internas, neste momento, serão a fórmula mais eficaz para a Rússia perder a guerra, com terríveis consequências para a região.

Depois de terminar o actual conflito, muito haverá para alterar internamente. Assim o permitam uns e o consigam outros, para o bem do povo russo, da Rússia e do mundo.

Não perca esta e outras novidades! Subscreva a nossa newsletter e receba as notícias mais importantes da semana, nacionais e internacionais, diretamente no seu email. Fique sempre informado!

Partilhe nas redes sociais:
Joaquim Correia
Joaquim Correia
“É com prazer que passo a colaborar no jornal Regiões, até porque percebo que o conceito de “regiões” tem aqui um sentido abrangente e não meramente nacional, incluÍndo o resto do mundo. Será nessa perspectiva que tentarei contar algumas histórias.” Estudou em Portugal e Angola, onde também prestou Serviço Militar. Viveu 11 anos em Macau, ponto de partida para conhecer o Oriente. Licenciatura em Direito, tendo praticado advocacia Pós-Graduação em Ciências Documentais, tendo lecionado na Universidade de Macau. É autor de diversos trabalhos ligados à investigação, particularmente no campo musical

Destaques

- Publicidade -

Artigos do autor