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O País em Desalinho: O Julgamento de Salgado, Emails Vermelhos e o Pântano Político

O país parece ter entrado numa verdadeira maratona de caos e escândalos. Ricardo Salgado, o ex-dono do Banco Espírito Santo, finalmente senta-se no banco dos réus, naquele que promete ser o julgamento mais longo desde que os Lusitanos enfrentaram os Romanos. No exterior do tribunal, um lesado do BES, que já se tornou uma figura de culto televisivo, aproveitou o protagonismo. Às portas do tribunal, foi o protagonista de uma saga interminável de gritos reclamando o seu dinheiro, devidamente registados pelas câmaras, e repetidos à exaustão, de hora em hora, como se fosse um programa de variedades. Afinal, quem precisa de Netflix quando temos a praça pública portuguesa?

Ao mesmo tempo, os emails do Benfica voltam a saltar para as primeiras páginas. Luís Filipe Vieira, o homem que durante anos foi o rosto sorridente da águia, vê-se agora na mira do Ministério Público. O Vitória de Setúbal, coadjuvante inesperado desta tragicomédia, também está no meio do enredo, com acusações de corrupção e fraude a voarem como passes mal dados. Vieira está acusado, Paulo Gonçalves, ex-braço direito, garante que tudo isto não passa de uma “fantasia legal”, acusando o MP de ter mais imaginação do que provas. O Benfica, claro, mantém a sua postura habitual, enredado em desculpas e mistérios, com Rui Costa, o sucessor ao trono encarnado, a sair ileso desta confusão.

Mas desenganem-se os que pensam que a balbúrdia acaba no futebol e na banca. Na arena política, o caos reina com igual fervor. Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, acusa André Ventura, do Chega, de ser o Pinóquio do parlamento, por mentir descaradamente sobre Luís Montenegro, o líder do PSD. Segundo Rui Rocha, Ventura enfiou o país num pântano de calúnias e tem agora a responsabilidade de tirar a lama do sapato e mostrar provas. Ventura, por sua vez, segue fiel ao seu guião incendiário e acena com a bandeira da “traição à Direita”, numa tática que já se tornou o seu prato do dia. Claro, o Chega votou contra tudo e todos, enquanto o país observa este espetáculo de fogos de artifício verbais, com uma mistura de incredulidade e enfado.

Entretanto, o PS, no seu habitual modo “nada para ver aqui”, reune-se para discutir o sentido de voto ao Orçamento de Estado de 2025. A única novidade? A decisão de que vão, de facto, votar – o que em si já é quase uma revolução num cenário político onde muitos se dedicam mais a falar do que a fazer.

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Em suma, o país está em modo de leitura na diagonal: Salgado vai a julgamento, os emails do Benfica continuam a vazar, a política transformou-se num pântano de acusações, e o resto? O resto aguarda o próximo capítulo desta telenovela nacional.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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