Por João Valente:
A propósito da investigação ao PCC, grupo criminoso brasileiro a atuar em Portugal, Paulo Curado, no jornal O Público de hoje, desenvolveu um artigo baseado numa excelente investigação. A sociedade precisa de saber quais as ameaças que pendem sobre ela e precisa também de uma comunicação social que a informe, de forma rigorosa e precisa, apoiada em fatos
Ora, Paulo Curado se desenvolveu uma boa investigação, deixou-se enredar na escrita pela armadilha do preconceito e da desinformação, ao estabelecer vários paralelismos com a Maçonaria e o PCC, ofendendo todos os homens e mulheres que participam e participaram nas organizações que a praticam.
Fernando Valle, António Arnaut, Bernardino Machado, Adelaide Cabete, Carolina Beatriz Ângelo e tantos homens e mulheres que lutaram por uma sociedade mais justa e fraterna não merecem ver a sua memória manchada desta forma.
Em pleno século XXI, quando se esperaria que o preconceito não guiasse o entendimento dos homens, esta e outras atitudes trazem para o grande público a desinformação e contribuem para criar um mundo mais dividido.
Não é a criar opróbrio sobre as organizações que formamos os cidadãos. Olhando em volta para um mundo cada vez mais instável e em guerra, a comunicação social tem de ser responsável, deve ser informada e nunca preconceituosa.
E é o preconceito que está por detrás desta comparação absurda entre o PCC e a Maçonaria. Recomendo ao jornalista que se informe, procure saber o que é a Maçonaria e quais os seus fins. A informação é acessível, facilmente se encontra e vai ver que é bastante interessante, para quem não tem medo de se conhecer e trabalhar para se melhorar. Talvez assim deixe de seguir pelo caminho do facilitismo e do engano, e perceba a dimensão do erro que cometeu. Disse João Valente.