Os três rapazes, todos com apenas 16 anos, ficam em prisão preventiva a aguardar julgamento. Estão acusados pela prática dos crimes de ofensa à integridade física e roubo contra o imigrante nepalês, de 26 anos, cujo vídeo da agressão foi publicados nas redes sociais.
O juiz de instrução do Tribunal de Faro, entendeu haver perigo da continuidade da atividade criminosa. Segundo um dos advogados, o tribunal admitiu, contudo, que as medidas de coação poderão ser desagravadas para prisão domiciliária caso as habitações dos detidos tenha condições para aplicar a vigilância electrónica.
De acordo com familiares dos detidos, os três jovens alegaram que estavam a ser chantageados por um outro indivíduo não identificado, e que as agressões tinham como objetivo o roubo. A chantagem seria por dívidas de compra de drogas.
Os três jovem fazem parte de um grupo que tem aterrorizado a cidade de Olhão, com vários ataques à imigrantes e pessoas vulneráveis. Os suspeitos comunicavam através de um grupo no WhatsApp com o nome de código 8700, precisamente o código postal de Olhão.
Durante a investigação foram identificados 11 jovens, entre os 14 e os 16 anos, por participarem ou presenciarem os atos de violência contra pessoas vulneráveis, entre as quais imigrantes e pelo menos um cidadão português em situação de sem-abrigo.
Foi possível relacionar o mesmo grupo com oito ocorrências, cinco por roubos e três de agressões, só no mês de janeiro”, sublinhou, acrescentado que a operação policial visou “a recolha de prova através da realização de seis buscas domiciliárias”, bem como a detenção de três dos jovens mais ativos, com vista à sua apresentação ao tribunal.
Segundo o comandante distrital da PSP foram visualizados mais de 20.000 vídeos, bem como centenas de horas de imagens recolhidas pelas câmaras do circuito de videovigilância instaladas na cidade de Olhão, imagens que se revelaram “essenciais para a investigação”, tendo também sido ouvidas várias testemunhas.
A agressão cometida contra o imigrante nepalês em Olhão (distrito de Faro), que se tornou pública com a divulgação de um vídeo nas redes sociais, foi condenada pelas autoridades portuguesas, que consideram tratar-se de “comportamentos inaceitáveis” que têm de ser “exemplarmente punidos”.
Além da violenta agressão, que ocorreu em 25 de janeiro, o grupo roubou a mochila da vítima, que não apresentou queixa.
Conforme é visível no vídeo divulgado, o cidadão nepalês suplicou para que parassem de o agredir e lhe devolvessem pelo menos os seus documentos.