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Papa Francisco: A Vida de Bergoglio

Jorge Mario Bergoglio, conhecido mundialmente como Papa Francisco, tornou-se, em 2013, o primeiro pontífice nascido nas Américas e o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica. Nascido a 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, filho de imigrantes italianos, a sua eleição marcou uma viragem para uma instituição confrontada com escândalos de abusos sexuais e perda de influência global. Com um estilo humilde e focado na justiça social, Francisco defende os pobres, o diálogo inter-religioso e a ecologia, desafiando estruturas tradicionais do Vaticano.

Formação e Carreira Religiosa
Antes da vocação religiosa, Bergoglio formou-se em Química, mas abandonou a carreira aos 21 anos para entrar no seminário. Ordenado sacerdote em 1969, juntou-se à Companhia de Jesus, onde ascendeu a Provincial dos Jesuítas na Argentina (1973-1979), período coincidente com a ditadura militar (1976-1983). Críticos, como a jornalista argentina Horacio Verbitsky, acusam-no de não ter protegido suficientemente sacerdotes perseguidos, algo que o Vaticano nega, citando provas de que Bergoglio ajudou a esconder vítimas.

Nomeado arcebispo de Buenos Aires em 1998 e cardeal em 2001, Bergoglio adotou um estilo de vida austero: vivia num apartamento simples e utilizava transportes públicos. A sua abordagem pastoral, focada nas “periferias existenciais”, tornou-o popular entre os mais vulneráveis, mas gerou tensões com setores conservadores da Igreja.

Papado: Reformas e Controvérsias
Eleito papa após a renúncia de Bento XVI, Francisco surpreendeu ao escolher o nome do santo da pobreza, Assis. Os seus primeiros gestos – recusar o apartamento papal e lavar os pés de detidos – simbolizaram uma Igreja “em saída”, como defende na exortação Evangelii Gaudium (2013).

Os seus ensinamentos enfatizam a misericórdia, a proteção ambiental (Laudato Si’, 2015) e a fraternidade global (Fratelli Tutti, 2020). No entanto, a sua abertura a divorciados recasados e a linguagem inclusiva para a comunidade LGBTQ+ (ex.: “Quem sou eu para julgar?”, 2013) geraram críticas de tradicionalistas. Paralelamente, progressistas consideram insuficientes as suas reformas, como a maior participação feminina em cargos médios.

A gestão dos abusos sexuais na Igreja permanece um ponto crítico. Embora tenha criado uma comissão para proteção de menores (2014) e responsabilizado bispos por encobrimentos, sobreviventes, como Juan Carlos Cruz, apontam falhas na justiça. Em 2022, o The Washington Post revelou que Bergoglio, como cardeal, teria ignorado denúncias contra um sacerdote, acusação rejeitada pelo Vaticano.

Saúde
Aos 87 anos, Francisco enfrentOU desafios físicos: uma cirurgia ao cólon em 2021 e problemas nos joelhos obrigam-no a usar cadeira de rodas. Especulações sobre uma possível renúncia, seguindo o precedente de Bento XVI, persistiram, mas sempre afirmou: “Vou cumprir o mandato enquanto houver forças”.

Legado e Desafios
Francisco é visto como um reformador pragmático, que equilibra doutrina com pastoralidade. O seu papado revitalizou a imagem da Igreja junto de milhões, mas a polarização interna e a secularização global persistem. Como resumiu o El País: “Ele modernizou o papado sem alterar dogmas”. O seu maior legado poderá ser a promoção de uma fé centrada na compaixão, num mundo cada vez mais dividido.

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Editor Executivo. Jornalista 2554, autor de obras de ficção e humor, radialista, compositor, ‘blogger’,' vlogger' e produtor. Agricultor devido às sobreirinhas.

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