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Papa Francisco: Quem é o sucessor?

Quem poderá suceder a Francisco à frente da Igreja Católica, uma instituição com 1,3 mil milhões de fiéis. Analistas do Vaticano e cardeais já avaliaram possíveis candidatos, num contexto de profundas divisões doutrinais e geopolíticas.

Segundo o National Catholic Reporter, o próximo conclave deverá equilibrar duas correntes: uma que defende a continuação das reformas progressistas de Francisco (como maior inclusão de marginalizados e ênfase na ecologia) e outra, que busca um retorno a posturas mais conservadoras, especialmente em temas como moral sexual e centralização do poder. “A eleição dependerá de qual visão prevalecerá: se a de uma Igreja aberta ao mundo ou a de uma fortaleza ideológica”, afirmou Massimo Faggioli, teólogo da Universidade Villanova, em declarações à Reuters.

Perfis em destaque
Entre os nomes mais citados está Pietro Parolin, 68 anos, Secretário de Estado do Vaticano. Considerado um diplomata pragmático e próximo de Francisco, Parolin tem experiência em mediações globais, como o acordo entre EUA e China em 2018. No entanto, a sua ligação ao atual Papa poderá afastá-lo de cardeais conservadores.

Outro candidato é Christoph Schönborn, 78 anos, arcebispo de Viena. O austríaco, visto como um moderado, é respeitado por unir tradição e abertura a diálogo — foi um dos redatores do Catecismo de 1992. Já Luis Ladaria, 79 anos, prefeito da Doutrina da Fé, agrada à ala conservadora pela defesa de posições intransigentes em questões como a eutanásia e a comunhão a divorciados recasados.

Fora da Europa, ganha relevo Peter Turkson, 74 anos, de Gana. Primeiro africano a liderar o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano, Turkson é visto como uma ponte entre continentes, embora críticos o acusem de ambiguidade em temas como os direitos LGBTQ+. Da América Latina, surge Omar Sarmiento, 55 anos, arcebispo argentino de Santa Cruz de la Sierra, cujo trabalho com os pobres o alinha ao legado de Francisco.

Fatores decisivos
A geografia pesará na escolha. Desde 2013, Francisco nomeou 99 dos 132 cardeais eleitores (73%), muitos de regiões periféricas. “Há uma clara intenção de tornar o Colégio Cardinalício mais global, o que pode inclinar a balança para um não europeu”, explicou Austen Ivereigh, biógrafo do Papa, ao jornal The Guardian.

Contudo, a idade média dos eleitores (79,6 anos) e pressões internas complicam prognósticos. “Muitos cardeais ainda valorizam a tradição europeia, mas a Igreja cresce mais em África e na Ásia”, lembrou o vaticanista Marco Politi ao Corriere della Sera.

Desafios do sucessor
Quem assumir o cargo herdará desafios como escândalos de abusos sexuais, declínio de fiéis no Ocidente e tensões com governos autoritários. Com a morte de Francisco, também ficará pendente a reforma da Cúria — alvo de críticas por suposta ineficiência — e a sinodalidade, processo que busca descentralizar a Igreja.

Apesar das especulações, a história mostra que o conclave surpreende. “Ninguém previa Jorge Bergoglio [Francisco] em 2013. O Espírito Santo tem senso de humor”, brincou o cardeal canadiano Michael Czerny, em entrevista à Associated Press.

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Jornalista 2554, autor de obras de ficção e humor, radialista, compositor, ‘blogger’,' vlogger' e produtor. Agricultor devido às sobreirinhas.

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