Dois anos depois da primeira sessão em Coimbra dos Encontros Nacionais da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), Lisboa acolhe, no Auditório José Araújo do Centro Universitário de Lisboa da Universidade Lusófona, a 21 de novembro pelas 10h30, a sessão final desta iniciativa que colocou os jornalistas de todo o país a pensar o jornalismo.
De Viana do Castelo a Faro, passando pelo Funchal, e contando com o apoio de instituições universitárias, politécnicos e escolas secundárias, a CCPJ apresentou-se aos jornalistas, estudantes, docentes, investigadores e consumidores de informação de natureza jornalística de todo o país. Centenas de pessoas participaram nas sessões onde se refletiu e debateu a situação do jornalismo em Portugal, as condições atuais do exercício da profissão de jornalista e o relativo desconhecimento, por parte de muitos profissionais, das normas legais que regem a atividade. Foram também discutidas ideias e propostas visando contribuir para o reforço da credibilização do jornalismo, da defesa da liberdade dos jornalistas e das alterações legislativas há muito ambicionadas.
Ao longo destes dois anos aconteceram alterações importantes no campo da comunicação social. Foram aprovados normativos legais europeus, como o Regulamento Europeu relativo à Liberdade dos Meios de Comunicação Social) e a Diretiva relativa à proteção das pessoas envolvidas na participação pública contra pedidos manifestamente infundados ou processos judiciais abusivos (SLAPP – ações judiciais estratégicas contra a participação pública) e em Portugal, o Governo agora em funções, apresentou o Plano de Ação para a Comunicação Social. Muitas questões se têm levantado em torno das verdadeiras intenções destes normativos legais europeus e também da politica governamental para os media que prevê, por exemplo, a criação de um Código da Comunicação Social no qual serão integradas a Lei de Imprensa e Estatuto da Imprensa Regional, da Lei da Rádio, da Lei da Televisão e Serviços Audiovisuais a Pedido e da Lei da Transparência dos Media e Decreto dos Registos.
A sessão de encerramento dos Encontros da CCPJ irá decorrer num dos mais preocupantes momentos na história dos media em Portugal num contexto económico que coloca seriamente à prova o jornalismo e a atividade jornalística.
O jornalismo que temos e o jornalismo que queremos, foi o mote escolhido para guiar as conversas itinerantes organizados pela CCPJ. Dois anos depois é tempo de fazer um balanço e de debater as propostas que foram sendo apresentadas para resolver as preocupações dos jornalistas e dos consumidores de informação, para reforçar a credibilidade do jornalismo e também o papel da CCPJ enquanto (co)regulador da atividade.
Com os jovens estudantes as questões discutidas foram sobretudo as relacionadas com o acesso à profissão, o regime de incompatibilidades e os direitos e deveres inerentes a esta profissão constitucionalmente protegia e regulada. Foi uma reflexão que decorreu a partir do lema, Jornalistas de hoje a caminho do amanhã.
A sessão na Universidade Lusófona irá decorrer no dia 21 de novembro, às 10h30, no Auditório José Araújo do Centro Universitário de Lisboa e poderá ser acompanhada presencialmente ou à distância em https://videoconf-colibri.zoom.us/j/92316699342.
Os Encontros Nacionais promovidos pela CCPJ incluem-se no projeto de descentralização com o qual a CCPJ tem procurado aproximar a instituição dos jornalistas e do jornalismo que se faz em todo o país.
Ao longo deste caminho a CCPJ contou também com o apoio Associação Portuguesa de Imprensa, Associação Portuguesa de Radiodifusão, da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, Associação de Rádios de Inspiração Cristã e Sindicato dos Jornalistas na divulgação dos Encontros.
