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Pesquisadores Alegam Descoberta de Cidade Subterrânea sob as Pirâmides do Egito, mas Especialistas Mostram Ceticismo

Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Itália e da Escócia sugere a existência de uma vasta cidade subterrânea sob as Pirâmides de Gizé, desafiando o conhecimento arqueológico estabelecido sobre a região. A suposta descoberta foi feita por meio de radares de alta precisão, que teriam mapeado estruturas a mais de 600 metros de profundidade. No entanto, especialistas independentes questionam a validade das alegações e pedem cautela até que o estudo seja revisado e validado por métodos tradicionais de escavação

 

Pesquisadores Alegam Descoberta de Cidade Subterrânea sob as Pirâmides do Egito, mas Especialistas Mostram Ceticismo
Foto: Nicole Ciccolo/YouTube – Topografia mostrada por radar durante uma conferência de imprensa, posteriormente partilhada pela porta-voz Nicole Ciccolo no YouTube

A Suposta Descoberta: Estruturas Ocultas no Subsolo de Gizé

A pesquisa, liderada por uma equipe de cientistas italianos e escoceses, utilizou tecnologia de radar de penetração no solo para mapear a área subterrânea abaixo das pirâmides. Segundo Nicole Ciccolo, porta-voz do projeto, as imagens revelam um complexo sistema de estruturas subterrâneas, incluindo enormes formações semelhantes a pilares e câmaras cúbicas de aproximadamente 80 metros de largura.

Pesquisadores Alegam Descoberta de Cidade Subterrânea sob as Pirâmides do Egito, mas Especialistas Mostram Ceticismo
Foto: OmniCore Tech / Facebook – Uma representação das estruturas e do sistema de água que os investigadores acreditam ter encontrado

Além disso, foram identificados poços cilíndricos de até 640 metros de profundidade, cercados por caminhos em espiral que, segundo os pesquisadores, poderiam indicar um sistema de acesso subterrâneo. As evidências também apontariam para corredores que conectariam as três pirâmides principais, algo que Ciccolo sugere estar alinhado com as míticas “Salas de Amenti”, descritas em antigos textos egípcios como um reino oculto sob a terra. «Este estudo redefine os limites da análise de dados via satélite e da exploração arqueológica» afirmou Ciccolo durante a conferência de imprensa que revelou a pesquisa.

A equipe acredita que, caso seja comprovada, a descoberta pode transformar radicalmente o entendimento da topografia sagrada de Gizé, fornecendo novas informações sobre a civilização egípcia antiga e suas práticas rituais.

Ceticismo Académico e Questionamentos sobre a Metodologia

Apesar da empolgação gerada pela pesquisa, diversos especialistas expressaram ceticismo em relação às alegações. O professor Lawrence Conyers, da Universidade do Arizona, especialista em tecnologia de radar aplicada à arqueologia, questionou a capacidade dos instrumentos utilizados para mapear estruturas em profundidades tão extremas. «Essas alegações são um grande exagero. A tecnologia atual não permite capturas de imagens precisas a essa profundidade»  afirmou Conyers ao jornal britânico Daily Mail.

Acrescentou que, embora seja possível que câmaras subterrâneas menores tenham existido antes da construção das pirâmides, apenas escavações direcionadas poderiam comprovar sua existência. Segundo Conyers, civilizações antigas, como os maias e os egípcios, frequentemente construíam templos e pirâmides sobre cavernas ou passagens naturais, o que pode explicar algumas das formações detectadas pelos pesquisadores.

O Debate Sobre a Cidade Perdida

A equipe responsável pela pesquisa insiste que, com análises mais detalhadas e novas imagens, será possível confirmar a presença de uma verdadeira cidade subterrânea sob as pirâmides. O arqueólogo Corrado Malanga, da Universidade de Pisa, um dos líderes do estudo, sugeriu que as estruturas poderiam estar relacionadas à lendária “Sala dos Registros”, uma suposta biblioteca secreta mencionada em mitos egípcios antigos. «Quando ampliarmos as imagens no futuro, revelaremos que, por baixo, se encontra o que só pode ser descrito como uma verdadeira cidade subterrânea» afirmou Malanga.

Entretanto, críticos apontam que a pesquisa ainda não foi submetida a revisão por pares nem publicada em revistas científicas, o que levanta dúvidas sobre sua validade.

As Pirâmides e o Mistério do Passado

O Complexo de Gizé, que abriga as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, é um dos locais arqueológicos mais estudados do mundo. Construídas há cerca de 4.500 anos, essas estruturas monumentais continuam a fascinar pesquisadores e entusiastas da arqueologia, alimentando teorias sobre seus propósitos e os conhecimentos avançados dos antigos egípcios.

Se confirmada, a descoberta pode representar um dos achados arqueológicos mais importantes do século. No entanto, até que novas investigações sejam conduzidas, o mistério da suposta cidade subterrânea sob Gizé permanece envolto em dúvidas e especulações.

A alegação da descoberta de uma cidade subterrânea sob as pirâmides do Egito abriu um novo capítulo no estudo da civilização egípcia, mas também suscitou um intenso debate académico. Enquanto os pesquisadores que conduziram o estudo defendem suas descobertas, especialistas alertam para a necessidade de mais provas concretas antes de considerar a hipótese como uma realidade arqueológica.

O tempo e futuras investigações dirão se essa descoberta revolucionará nossa compreensão do Egito Antigo ou se será mais um caso de entusiasmo prematuro no mundo da arqueologia.

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