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Petardos, fumo vermelho e palavras de ordem: tensão em protesto de bombeiros sapadores leva à suspensão de negociações com o Governo

Centenas de bombeiros sapadores de várias regiões do país realizaram, na manhã desta terça-feira, uma manifestação não comunicada às autoridades, em Lisboa, marcada por explosões de petardos, bombas de fumo vermelho e palavras de ordem. Com cartazes que exibiam mensagens como “Está a arder? Chamem os políticos” e “Aldrabões”, os manifestantes exigiam a revisão da carreira, aumentos salariais e ajustes no horário de trabalho

Petardos, fumo vermelho e palavras de ordem: tensão em protesto de bombeiros sapadores leva à suspensão de negociações com o Governo
Foto: MIGUEL A. LOPES

A mobilização ocorreu no mesmo dia em que estava prevista a terceira rodada de negociações entre os sindicatos da classe e o Governo. Contudo, o clima de tensão junto à sede do Executivo, no Campus XXI, levou o Governo a suspender a reunião, alegando falta de condições e pedindo um “diálogo institucional sereno” como pré-requisito para retomar o processo negocial.

PSP aponta ilegalidades e comunica protesto ao Ministério Público

Segundo o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, o protesto, iniciado nas primeiras horas da manhã, percorreu ruas movimentadas como a Avenida de Roma e a Avenida João XXI, causando cortes no trânsito e obrigando a intervenção policial. De acordo com a polícia, a manifestação não foi previamente comunicada, como exige a lei, e incluiu o uso de artigos de pirotecnia, considerados ilegais.

Os manifestantes forçaram o primeiro perímetro de segurança montado pela PSP e avançaram em direção à sede do Governo, obrigando a polícia a reforçar o esquema de proteção com o Corpo de Intervenção e Equipas de Intervenção Rápida. Apesar disso, não houve registo de feridos graves, embora o uso de petardos e bombas de fumo tenha gerado riscos à integridade física de agentes, jornalistas e transeuntes.

Em comunicado, a PSP informou que está elaborando um auto de notícia, a ser remetido ao Ministério Público (MP), detalhando as ilegalidades do protesto, incluindo a identificação de organizadores e participantes e o uso de pirotecnia.

Protesto interrompe cidade e suspende negociações

A manifestação foi marcada por grande mobilização e impacto no centro de Lisboa. Desde o início, os bombeiros expressaram indignação pela falta de avanços nas negociações com o Governo, em um ambiente que misturava reivindicações legítimas com ações que desafiaram as normas legais.

Por volta das 8h45, os manifestantes partiram de Alvalade em direção ao Campus XXI, percorrendo avenidas centrais da cidade e gerando interrupções no trânsito. A tensão aumentou significativamente na Avenida João XXI, onde os manifestantes romperam um cordão policial, gerando momentos de confronto.

Do lado de fora da sede do Governo, os manifestantes gritaram palavras de ordem e lançaram bombas de fumo, enquanto os dirigentes sindicais estavam reunidos no interior do edifício. Diante do clima de tensão, o Executivo decidiu suspender as negociações e reiterou que o diálogo só será retomado em um ambiente de maior serenidade.

Bombeiros cobram avanços, mas enfrentam repercussão legal

O protesto expôs as frustrações da classe, que há anos reivindica melhores condições de trabalho e ajustes salariais. Por outro lado, a realização de um protesto sem comunicação prévia e o uso de pirotecnia colocaram os manifestantes sob o risco de repercussões legais.

Com o auto de notícia sendo preparado pela PSP, a ação será analisada pelo Ministério Público. Agora, a expectativa está sobre os próximos passos do Governo e dos sindicatos, em busca de um entendimento que atenda às demandas dos bombeiros sem comprometer a ordem pública.

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