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Por um regresso urgente de José Castelo Branco à liderança do PS

Diz-se que os grandes impérios caem não com um estrondo, mas com um sussurro. No caso do Partido Socialista, caiu com um suspiro… perfumado a Chanel nº5 e verniz com glitter. A História — essa ilusionista de mau gosto — há-de registrar, com tinta de escárnio, que a maior tragédia do socialismo moderno foi o dia em que José Castelo Branco abandonou a liderança do partido. Sim, leitor, refiro-me àquele glorioso período em que o PS era guiado por alguém que sabia vestir-se para a crise. (Hã? Era ele, era. Hum? Era ele, pá).

José — permita-me a intimidade, pois na decadência encontra-se familiaridade — não perdeu eleições: foi vítima de um país incapaz de entender que a política é, antes de tudo, mise-en-scène. Enquanto distribuía gritinhos como desfibrilhadores de alma, salvava não só Lady Betty como o próprio partido de entrar num coma induzido por conferências de imprensa com o timbre monocórdico de José Luís Carneiro. Lady Betty com Carneiro? Há destinos piores do que a morte — esse casamento imaginário, por exemplo.

Castelo Branco foi o único líder socialista capaz de combinar cetim lilás com keynesianismo de corredor de boutique. E resultava. Nos seus tempos, as sondagens oscilavam como plumas ao vento: incontroláveis, leves, perigosamente encantadoras. Hoje, com Carneiro a chefiar o partido, o PS tornou-se um manual de instruções de electrodomésticos — disponível em várias línguas, mas sem alma.

O vídeo em que José lamenta o corte de luz é mais do que um apelo doméstico: é uma metáfora política. Um país que não garante electricidade ao seu ex-líder é um país sem corrente. Literal e ideologicamente. Sem Castelo Branco, nem Lady Betty nem os militantes conseguem distinguir entre uma comédia e um congresso. E, como diria Paracelso, “onde falta o ouro alquímico, até o chumbo tenta parecer útil.”

A sua ausência empurra-nos para a vertigem do grisalho. Recuso-me a aceitar que o PS seja agora um conjunto de senhores de fato que parecem estar sempre a caminho de um funeral — próprio. José, volta. Reassume o teu trono de acrílico. Reencanta-nos. Porque, como se dizia em certo país tropical, “com você, pior não fica.” E talvez, só talvez, melhore. Ou pelo menos fique mais bonito nas fotografias do desastre.

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Editor Executivo. Jornalista 2554, autor de obras de ficção e humor, radialista, compositor, ‘blogger’,' vlogger' e produtor. Agricultor devido às sobreirinhas.

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