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Portugal assume liderança científica global: Universidade NOVA lança programa de dois milhões para atrair investigadores internacionais “empurrados” dos EUA

A NOVA Medical School – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa anunciou esta segunda-feira o lançamento de um ambicioso programa internacional destinado a atrair investigadores de excelência. O NOVA Medical Global Talent Initiative, que abre candidaturas já na próxima semana, arranca com um financiamento inicial de dois milhões de euros e integra-se numa estratégia nacional de captação de talento científico em contexto de retração nos Estados Unidos da América, motivada pelas políticas da administração Trump.

A diretora da NOVA Medical School, Helena Canhão, explicou que a iniciativa pretende dar resposta à atual conjuntura internacional, particularmente nos EUA, onde cortes no financiamento à investigação científica e limitações à liberdade académica têm motivado crescente descontentamento. “Sabemos que muitos investigadores na área da saúde estão a considerar abandonar os Estados Unidos. Alguns poderão ser portugueses ou europeus a trabalhar naquele país. Queremos oferecer-lhes uma alternativa sólida e atraente em Portugal”, afirmou à Lusa.

O programa prevê apoio financeiro ao salário dos investigadores durante três anos, bem como apoios complementares ao alojamento durante seis meses, à transferência internacional e à constituição de equipas de investigação. No entanto, Helena Canhão sublinha a necessidade de assegurar financiamento adicional para garantir a sustentabilidade da iniciativa a longo prazo.

A NOVA Medical School identifica como áreas prioritárias para acolher os novos talentos a saúde global, saúde mental, oncologia, inteligência artificial, tecnologia médica e nutrição. “Queremos afirmar a NOVA como uma plataforma internacional de excelência científica, capaz de atrair os melhores talentos e gerar conhecimento com impacto global”, reforça a diretora.

O programa conta com o apoio do Haddad NOVA Medical Innovation Centre. O presidente da Fundação Haddad, Cláudio Haddad, destaca o caráter estratégico da iniciativa, sublinhando que “o investimento em ciência é essencial para enfrentar os grandes desafios da saúde global”. Segundo Haddad, Portugal pode afirmar-se como “um farol de excelência científica e inovação, capaz de rivalizar com os melhores centros internacionais”.

A NOVA Medical School existe há 45 anos e está integrada numa rede de mais de 25 unidades de saúde, que funcionarão como base para acolher os investigadores selecionados.

A decisão de lançar este programa surge em consonância com uma tendência observada noutros países europeus. No passado dia 17 de abril, a Universidade de Aix-Marseille, em França, anunciou a chegada iminente dos primeiros investigadores norte-americanos que responderam ao seu apelo. A instituição francesa recebeu quase 300 candidaturas, das quais a maioria veio de cidadãos norte-americanos ou com dupla nacionalidade.

De acordo com a revista científica Nature, cerca de 75% dos cientistas nos Estados Unidos ponderam abandonar o país, face aos cortes de financiamento e restrições impostas à investigação sob a atual administração norte-americana, numa política influenciada por medidas de austeridade defendidas por figuras como Elon Musk.

Com esta nova aposta estratégica, a Universidade NOVA de Lisboa posiciona-se na linha da frente da ciência europeia, dando um passo decisivo na afirmação de Portugal como destino privilegiado para a investigação de excelência em saúde.

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1 COMENTÁRIO

  1. A noticia é singular na parte em que coloca no título a intenção de tentar contratar investigadores com a miséria de 2 milhões de euros. Esta quantia dá para atrair apenas um único investigador dos EUA. Um investigador nunca virá para Portugal sem ser com um contrato com uma duração minima de 6 anos (a ERC que tem um orçamento de milhares de milhões abriu um novo programa para novos contratos de 7 anos). Um catedrático nos EUA ganha entre um minimo de 200.000 e 300.000 dõlares ano. Assim mesmo que a universidade Nova pagasse apenas o valor inferior, então 6 anos de contrato custariam 1.2 milhões de dólares e ainda faltam as despesas de instalação. O artigo deveria ter mencionado que a Alemanha abriu um concurso para tentar captar 1000 (mil) investigadores de topo, dos EUA e não só.

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