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Portugal regressa aos poucos e poucos à normalidade

Portugal deitou-se com a eletricidade a chegar às suas casas e acordou com a normalidade quase resposta em todo o seu território. O país só não ficou às escuras porque o apagão aconteceu ao final da manhã desta segunda-feira, mas os constrangimentos foram enormes. Como se de um dominó alinhado se tratasse. Repor a normalidade foi uma tarefa gigantesca. Luís Montenegro voltou a falar ao país e considera que houve uma “resposta altamente positiva e forte” ao apagão, com Portugal, neste momento, a usar a sua capacidade para produzir e distribuir energia. Mas Pedro Nuno Santos criticou o executivo, apontando falhas na comunicação e na coordenação da crise: “É nas dificuldades que se avalia a liderança e ontem não a tivemos”.

Aos poucos e poucos, Portugal está a recompor-se do “apagão” que o colocou às “escuras”. Isso mesmo reconheceu o Primeiro-ministro que, em comunicação ao País, ao início da tarde desta terça-feira, reconheceu que “o país teve uma resposta altamente positiva e forte face à circunstância que foi grave e inédita”, agradecendo ao povo português e profissionais no terreno.

Luís Montenegro anunciou que o atual Executivo vai criar uma Comissão Técnica independente para avaliar as infraestruturas críticas do país e vai pedir a Bruxelas uma auditoria europeia para apurar a origem do apagão que afetou Portugal e Espanha esta segunda-feira.

O Governo pediu aos reguladores da energia europeia uma auditoria independente para “o apuramento cabal das causas desta situação”, anunciou Luís Montenegro. “Precisamos de respostas tão rápidas quanto urgentes. Não vamos poupar esforços no esclarecimento dos portugueses perante um problema sério”, disse.

Montenegro avançou ainda com a criação de uma comissão técnica independente para avaliar a gestão desta crise, a resiliência do sistema elétrico e de infraestruturas, do sistema de proteção civil, de comunicações e da saúde. Será constituída com sete personalidades, um especialista da energia, outro da proteção civil, outro da saúde, e três personalidades indicadas pelo Parlamento.

“Não vamos poupar esforços nos esclarecimentos perante um problema sério que não teve origem em Portugal”, disse o Primeiro-ministro, a partir de São Bento, em Lisboa, a meio da segunda reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que continua reunida para “promover o mais rápido restabelecimento de todos os serviços públicos”.

Montenegro assegurou ainda que Portugal “está ligado com normalidade” após a situação “inesperada” que afetou a Península Ibérica e sublinhou a capacidade de superação do país, que conseguiu reiniciar autonomamente o sistema de energia. “Quero dar nota que o nosso país teve uma resposta altamente positiva e forte face a uma circunstância que foi grave, inédita e inesperada”, disse, agradecendo a todos os profissionais que continuaram a trabalhar no dia de ontem e aos portugueses.

“Apagão do Governo central”

Apesar de Luis Montenegro salientar “a capacidade de resposta” do Executivo, Pedro Nuno Santos fez fortes críticas à gestão do apagão pelo Governo, considerando que “faltou voz de comando e serenidade”. “O mais grave é que também tivemos um apagão no Governo central. Uma ausência de liderança, de orientação e apoio quando o país mais precisava”, considerou o secretário-geral do PS numa conferência de imprensa a partir do Largo do Rato.

“O Governo falhou na comunicação e no dever de proteger e informar os cidadãos em tempo útil”, afirmou. Com problemas nos canais informativos, era “imperativo” que Proteção Civil tivesse usado rádio de hora a hora. Ao invés disso, o primeiro-ministro falou apenas ao início da tarde e as ministras do Ambiente (responsável pela política energética) e Administração Interna (responsável pela Proteção Civil) “desapareceram”. “É nas dificuldades que se avalia a liderança e ontem não a tivemos”, atirou.

Pedro Nuno Santos critica ainda que Luís Montenegro tenha escolhido prestar declarações junto à Maternidade Alfredo da Costa, depois de meses de notícias sobre as urgências encerradas. “O Governo falha sempre na resposta à crise, nunca falha na propaganda”, afirmou.

Na “ausência do Governo” e sem indicações oficiais ou coordenação centralizada, profissionais de saúde, bombeiros, forças de segurança, câmaras e juntas de freguesia, escolas e Proteções Civis locais foram “essenciais”. Valeu o “sentido de comunidade e de responsabilidade”, que “manteve o país de pé enquanto o Governo falhava”.

Pedro Nuno Santos sublinha ainda que apagão não teve nada a ver com a capacidade de produção de energia do país. “A manutenção das centrais a carvão em Portugal não teria evitado o apagão de ontem”, afirma. Evitar situações destas passa por continuar a reforçar a rede e modernizar a sua gestão. Também “não é a propriedade da REN que resolveria”, acrescentou.

Serviço normalizado

Entretanto, o operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu que o serviço está totalmente reposto e normalizado. Numa informação enviada à agência Lusa pelas 07:45, a empresa explica que, após o apagão que afetou a Península Ibérica e parte do território francês desde a manhã de segunda-feira, a religação da rede foi feita em cascata (alta, média e baixa tensão) e que foi possível recuperar mais depressa o fornecimento de energia “fruto da gestão integrada da rede nos vários níveis de tensão. Temos a rede reposta a 100% e normalizada”.

O presidente do Conselho de Administração da E-Redes, José Ferrari Careto, citado na informação, explica que a E-Redes, em colaboração com o Operador de Rede de Transporte (REN) “colocou em ação o Plano Operacional de Atuação em Crise, no estado máximo de Emergência, face aos problemas que afetaram a rede elétrica nacional às 11:30 de segunda-feira, 28 de abril, com o objetivo de proceder à reposição da energia de forma mais célere possível para todos os clientes”.

Também numa informação divulgada ao início da manhã, a REN – Redes Energéticas Nacionais garantiu que a rede de energia está “perfeitamente estabilizada” e que pouco antes das 23:30 de segunda-feira já tinham sido repostas todas as subestações, depois do “evento absolutamente excecional”, com origem externa, que se verificou às 11h33 de segunda-feira.

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