Portugal renovou apenas 3,9% do seu parque de edifícios residenciais e não residenciais entre 2018 e 2023, ficando significativamente aquém da meta estabelecida para 2030, que é de 49%. Esta informação surge no relatório divulgado esta sexta-feira pela Agência para a Energia (Adene), que descreve o estado da renovação dos edifícios e os seus impactos ambientais.
O documento revela que, entre 2018 e 2023, as emissões de dióxido de carbono (CO2) dos edifícios residenciais e não residenciais diminuíram em 45,7%, uma redução significativa que contribuiu para a diminuição do impacto ambiental do setor. A redução das emissões deve-se, em parte, ao aumento da produção de energia renovável, tanto local como na origem, e à eliminação do carvão do sistema de produção de eletricidade.
Relativamente ao consumo de energia, o relatório indica que, em 2023, o parque de edifícios residenciais registou uma redução de 3% no consumo de energia primária, enquanto os edifícios não residenciais apresentaram uma queda mais acentuada, de 10,1%. Além disso, destaca-se uma tendência positiva no aumento da produção de energia renovável. Entre 2018 e 2023, a produção de energia renovável local aumentou 21,6% no parque residencial, 27,4% no parque não residencial e 24,1% no parque total de edifícios.
Apesar destes avanços, o grupo de coordenação da Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE) sublinha a necessidade urgente de fortalecer os mecanismos financeiros e os incentivos fiscais para a promoção da eficiência energética. A renovação do parque edificado, especialmente os edifícios da Administração Pública, continua a ser uma prioridade para cumprir as metas de descarbonização e eficiência energética até 2030.