O incêndio devastador que deflagrou na noite de domingo em Louriçal do Campo e rapidamente se alastrou a São Vicente da Beira, no concelho de Castelo Branco, mobilizou mais de 200 operacionais, apoiados por cerca de uma centena de viaturas e meios aéreos. As chamas, alimentadas por ventos fortes e terrenos acidentados, consumiram vastas áreas de vegetação e ameaçaram várias habitações, deixando a população em alerta máximo
João Goulão, presidente da Junta de Freguesia de São Vicente da Beira, criticou veementemente a resposta da Câmara Municipal de Castelo Branco, acusando o presidente Leopoldo Rodrigues de “inação e desrespeito” durante a crise. Em declarações ao jornal O Regiões, Goulão manifestou a sua frustração: “Foi vergonhoso. O presidente da câmara não teve sequer a decência de contactar a junta para se inteirar da situação. Estamos a lutar contra um incêndio devastador, e a Câmara está ausente.”
As críticas de Goulão refletem o sentimento de muitos moradores, que, além de participarem nas operações de socorro, sentem uma falta de apoio e coordenação por parte do município. Um dos voluntários presentes no terreno expressou o seu descontentamento: “Num momento de emergência como este, o presidente da câmara deveria estar ao nosso lado. As divergências políticas não deveriam ter lugar quando estamos a tentar salvar vidas e bens.”
Pedro Serra, presidente da Junta de Louriçal do Campo até ao fecho da edição, O Regiões não conseguiu opter declarções sobre a situação, mas o descontentamento é generalizado nas freguesias afetadas. Para muitos, a resposta ineficaz da Câmara Municipal revelou falhas graves na articulação das operações de combate e apoio à população, e a tensão entre as autoridades locais está a aumentar.
Com o incêndio agora sob controlo e em fase de rescaldo, o foco desloca-se para a gestão política da crise. A ausência de comunicação e apoio por parte da Câmara de Castelo Branco deixa cicatrizes profundas na relação com as freguesias de São Vicente da Beira e Louriçal do Campo. As críticas intensificam-se, e as populações locais exigem respostas concretas e maior empenho por parte das autoridades municipais para evitar que situações semelhantes se repitam.