O presidente da Mobi.E, Luís Barroso, manifestou-se favorável à eventual privatização da gestão da rede pública de carregamento de veículos elétricos em Portugal, propondo um modelo similar ao da SIBS, a empresa que gere as operações interbancárias em Portugal. Em entrevista à Lusa, Barroso afirmou que não vê grandes problemas numa eventual privatização da Mobi.E e defendeu que este processo poderia seguir a mesma linha de sucesso da SIBS, em que os bancos são os principais acionistas e detêm uma participação estratégica.
A Mobi.E é a entidade responsável pela administração da rede pública de carregamento de veículos elétricos no país, uma rede que, até ao final de dezembro de 2024, já contava com mais de 5.700 postos de carregamento de acesso público, o que representa mais de 10.700 pontos de carregamento, um aumento superior a 36% em relação ao ano anterior. Para o presidente da Mobi.E, a privatização poderia ser benéfica, especialmente se envolvesse a venda de participações para comercializadores de energia e operadores de rede.
Luís Barroso explicou que a mobilidade elétrica é um mercado em rápido crescimento, o que faz com que o modelo agregador da SIBS seja particularmente adequado para o setor. De acordo com o responsável, a introdução de um componente mais privado na gestão da rede de carregamento traria vantagens para todas as partes envolvidas, promovendo uma maior inovação e desenvolvimento tecnológico, além de melhorar a experiência dos utilizadores.
O Governo português criou recentemente um grupo destinado a avaliar empresas para uma possível privatização, e a Mobi.E integra esta lista de entidades a serem analisadas. Apesar de ser uma decisão de competência do acionista, Luís Barroso afirmou que a gestão da empresa está disposta a colaborar com todas as partes envolvidas no processo. A sua opinião pessoal é que o modelo SIBS, que visa uma estrutura privada agregadora, seria o mais adequado para a evolução e sustentabilidade da rede de carregamento de veículos elétricos em Portugal.
Atualmente, a Mobi.E conta com 30 Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e cerca de 100 Operadores de Pontos de Carregamento (OPC). O desenvolvimento contínuo da rede de carregamento é essencial para o crescimento do mercado de veículos elétricos, e a gestão eficiente deste sistema, com uma possível componente privada, poderá acelerar ainda mais a transição para uma mobilidade mais sustentável.