Durante uma arruada em Odemira, André Ventura voltou a sentir-se mal, interrompendo momentaneamente a sua participação na campanha eleitoral. O episódio, não sendo inédito, voltou a levantar questões sobre os limites da exposição física em períodos de intensa actividade política, particularmente em condições climatéricas adversas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já reagiu à situação, deixando uma mensagem pública de solidariedade, mas também de advertência. “Espero que melhore e tenha juízo”, declarou Marcelo, num tom simultaneamente cordial e prudente, sublinhando a importância de cuidar da saúde, especialmente durante campanhas prolongadas e exigentes.
Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu a intensidade do momento político. “Uma campanha como esta, muito longa e intensa na rua, aumenta a probabilidade de uma pessoa se sentir menos bem”, afirmou. Com base na sua própria experiência, o Chefe de Estado considerou que André Ventura “devia ter tido precauções”, nomeadamente evitando “expor-se muito, num dia que se previa ser muito quente”.
O episódio de Odemira surge na sequência de outros momentos semelhantes protagonizados por Ventura, que já tinha enfrentado problemas de saúde em contexto de campanha. A insistência num modelo de proximidade com o eleitorado, embora compreensível do ponto de vista estratégico, tem demonstrado limites físicos visíveis, sobretudo em regiões onde as temperaturas ultrapassam os 30 graus.
A mensagem do Presidente da República pode ser lida como um gesto institucional de preocupação, mas também como um apelo à responsabilidade individual no exercício da actividade política. A exposição constante, mesmo quando feita com o intuito de reforçar a ligação com os eleitores, deve ser equilibrada com cuidados básicos de saúde e bem-estar.
Por agora, André Ventura recupera do episódio, continuando a agenda de campanha com algumas adaptações. Do lado da presidência, ficou o aviso: a política exige presença, mas também prudência. E o calor, por mais que motive discursos inflamados, continua a ser um adversário poderoso — sobretudo quando ignorado.