Allen Morgan, um cidadão britânico de 74 anos, foi condenado a prisão perpétua, com uma pena mínima de 22 anos, por ter orquestrado o homicídio da sua mulher, Carol, há mais de quatro décadas. A sentença foi proferida esta segunda-feira pelo Tribunal da Coroa de Luton.
O tribunal concluiu que Allen Morgan mantinha um caso com Margaret Morgan, atualmente sua mulher, quando Carol foi brutalmente assassinada no supermercado que o casal geria em Linslade, Bedfordshire, a 13 de agosto de 1981. Carol foi encontrada morta com múltiplos golpes desferidos por uma faca de grandes dimensões.
“A brutalidade do homicídio chocou todos os que foram ao local. Só uma pessoa sabe a identidade do assassino e essa pessoa é você, senhor Morgan”, afirmou o juiz Martin Spencer. “Guardou esse segredo durante 40 anos. Mas a Justiça apanhou-o e agora vai cumprir a sua pena. O assassino continua em fuga, se é que ainda é vivo”, acrescentou.
Inicialmente, as autoridades acreditaram que Carol tinha sido vítima de um assalto que acabou em tragédia, e o caso foi arquivado em 2018, sem qualquer suspeito detido. No entanto, três anos depois, uma testemunha que tinha 17 anos na altura dos factos apresentou-se numa esquadra e revelou que Allen Morgan lhe tinha perguntado se conhecia alguém que pudesse matar a sua mulher.
A revelação levou à reabertura do caso e à detenção de Allen. Em tribunal, Allen admitiu que não podia divorciar-se de Carol devido a dívidas que só o seguro de vida poderia cobrir. Carol, então com 36 anos, foi assassinada por um homem cuja identidade permanece desconhecida, por volta das 19h do dia 13 de agosto de 1981.
Margaret Morgan, que deixou o marido para viver com Allen após a morte de Carol, chegou a ser condenada por cumplicidade, mas acabou por ser absolvida.
Este caso destaca-se pela frieza e pela longa espera por justiça, demonstrando que, apesar do tempo decorrido, a verdade pode finalmente vir à tona e os culpados podem ser levados a tribunal.