No Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, o Partido Socialista (PS) entregou no parlamento um projeto de resolução que apela ao Governo para reconhecer de imediato o Estado da Palestina, enviando um “sinal claro” à comunidade internacional sobre a urgência da solução de dois Estados.
O texto, subscrito pelo líder socialista Pedro Nuno Santos, destaca que a tragédia humanitária decorrente desde 7 de outubro de 2023, em Gaza, revelou a falta de consenso entre os Estados-Membros da União Europeia sobre o tema. Face à ausência de uma posição comum, o PS considera que Portugal deve agir de forma autónoma, defendendo a soberania e independência da Palestina como parte da solução para o conflito israelo-palestiniano.
O projeto lembra que 145 dos 193 países da ONU já reconheceram a Palestina, incluindo vários Estados europeus, como Espanha, Irlanda e Eslovénia. Para os socialistas, este cenário e a crise atual em Gaza justificam um reconhecimento imediato, respeitando as fronteiras anteriores a 1967 e em conformidade com as resoluções das Nações Unidas.
Além disso, o PS sugere que o Governo português aprofunde as relações diplomáticas com a Palestina, atribuindo à sua Missão Diplomática em Lisboa o estatuto de embaixada.
Pedro Nuno Santos já havia defendido publicamente esta posição em junho, considerando-a um contributo importante para a paz no Médio Oriente. O apelo surge num momento em que o conflito em Gaza, iniciado após o ataque do Hamas a Israel a 7 de outubro, já causou milhares de mortes e agravou a crise humanitária na região.
O Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, assinalado desde 1977, relembra a resolução da ONU que previa a criação dos Estados de Israel e da Palestina, um objetivo que permanece por concretizar.