Pedro Nuno Santos reafirma que o Partido Socialista (PS) está disponível para negociar o Orçamento de Estado para 2025 (OE2025), mas não a qualquer custo. O líder socialista enfatizou que o partido não abdica das suas posições fundamentais, como o IRS Jovem e a redução do IRC. Durante um discurso em Coimbra, Pedro Nuno Santos deixou claro que o PS não viabilizará um Orçamento de Estado que seja uma reprodução quase integral do programa eleitoral da coligação PSD/CDS-PP, ao qual o PS se opõe.
Condições para a negociação
Pedro Nuno Santos sublinhou que, embora o PS se mantenha aberto ao diálogo, há linhas vermelhas que não serão ultrapassadas. “Não estamos comprometidos com um orçamento que discordamos na sua globalidade”, referiu. O líder socialista reforçou que o compromisso do PS é com os portugueses, e não com os interesses partidários ou eleitorais. Criticou o atual governo por propor medidas que, na sua visão, favoreçam uma minoria em vez de melhorar os serviços públicos, como o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública e o apoio aos reformados.
Críticas à governação PSD/CDS-PP
O líder do PS foi igualmente contundente nas críticas à governação nos últimos cinco meses, acusando o governo de Luís Montenegro de se concentrar na propaganda e enganar os portugueses em áreas cruciais. Pedro Nuno Santos destacou, por exemplo, que a redução do IRS está a ser compensada com o aumento dos preços dos combustíveis, prejudicando os cidadãos. Além disso, acusou o governo de falta de transparência na área da saúde, nomeadamente na gestão das listas de espera para cirurgia.
Educação e habitação sob escrutínio
Na educação, Pedro Nuno Santos questionou a veracidade dos números apresentados pelo governo relativamente ao número de alunos sem professor. Acusou o executivo de inflacionar os dados para criar uma impressão falsa de melhoria. Na área da habitação, criticou o anúncio do governo sobre a construção de 59 mil casas até 2030, afirmando que o número é inferior ao que já estava previsto no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Conclusão: negociações sim, mas com cautela
Pedro Nuno Santos concluiu o seu discurso reafirmando que, embora o PS queira evitar eleições antecipadas, tal não acontecer se isso significar adotar medidas políticas a longo prazo para os portugueses. “É muito importante evitarmos eleições, mas é ainda mais importante que não sejam adotadas medidas que sejam penalizadoras de forma permanente”, finalizou.