Num balanço dos dois anos à frente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha subiu ao palco da IX Convenção Nacional, em Loures, e escolheu três palavras para definir o seu mandato: “responsabilidade”, “trabalho” e “coragem”. Um leque de palavras que reflete a “votação clarificadora” com que espera sair no domingo rumo a um segundo mandato, com o partido mais pacificado, tal como manifestou à chegada do Pavilhão Paz e Amizade. Mas Rocha aproveitou, sobretudo, para se distanciar do PSD e do Governo.
No arranque da Convenção liberal, houve ataques ao PS e ao Chega, acusando os socialistas de “não terem aprendido nada” e o partido de André Ventura de defender uma política económica que é uma “fraude”. Mas no seu discurso de balanço do mandato, Rui Rocha defendeu que o plano do PSD para o país “não está a funcionar”, acusando-o de “publicidade enganosa”, e considerou que o PS não “aprendeu nada”.
No primeiro discurso na IX Convenção Nacional da IL, em Loures, Rui Rocha fez sobretudo um balanço do seu mandato de dois anos enquanto líder do partido, mas optou também por deixar críticas aos três principais partidos parlamentares, começando por acusar o PS de não ter “aprendido nada”.
O líder da IL afirmou que o secretário-geral do PS continua “a insistir na ideia de que o Estado deve ser o estratega”, considerando que o que Pedro Nuno Santos quer fazer na verdade é “tirar o dinheiro dos bolsos dos portugueses” para “o Estado decidir as empresas em que aposta”.
Depois, Rui Rocha abordou os últimos meses de governação da Aliança Democrática (AD) para acusar o PSD de “publicidade enganosa” e de ter “feito muito pouco”.
“Onde está o crescimento económico prometido? A descida de impostos prometida a todos? Perguntem às empresas se alguma coisa de relevante mudou nestes meses?”, disse, desafiando ainda os membros a perguntarem aos portugueses se acham que houve mudanças em áreas como a saúde, a habitação, os transportes ou a educação.
Malheiro candidato
O outro candidato à liderança da IL apelou a uma renovação do partido que promova a valorização das bases, respeite a diversidade de opiniões e não veja na pluralidade um obstáculo, mas uma força.
No momento da apresentação de candidaturas à comissão executiva, o líder da Lista U, Rui Malheiro, argumentou que o país precisa de uma nova visão política “que inspire confiança”, que valorize o mérito e recompense o esforço.
Para dar resposta a essa necessidade, a IL “precisa de se renovar”, disse Rui Malheiro, que disputa a liderança a Rui Rocha.
Os candidatos a PR
Entretanto, o vice-presidente da Assembleia da República Rodrigo Saraiva, conhecido adepto do Belenenses, anunciou, na sua intervenção na Convenção Nacional da Iniciativa Liberal (IL), que não
será o candidato presidencial que Rui Rocha anunciará no domingo, caso seja reeleito presidente da Comissão Executiva.
“Gosto muito de Belém,mas gosto mais do Estádio de Belém do que do Palácio”, disse o deputado, que é um conhecido adepto do Belenenses, referindo-se ao facto de o seu nome ter sido incluído em sondagens sobre as eleições que definirão a sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa, marcadas para janeiro de 2026.
Depois de se ter autoexcluído da corrida a Belém, Rodrigo Saraiva deixou mais um indício de quem poderá vir a ser a escolha. “É tempo de termos um Presidente da República que já nasceu em democracia”, disse. É o caso da atual líder parlamentar Mariana Leitão, que nasceu a 28 de setembro de 1982, tendo 43 anos aquando das próximas eleições presidenciais.
Quem vai estar no encerramento
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, e os vice-presidentes do PSD Carlos Coelho e Alexandre Poço vão marcar presença no encerramento da IX Convenção Nacional da Iniciativa Liberal, numa altura em que já admite uma candidatura à Câmara do Porto – onde uma coligação com os liberais pode ser decisiva para tentar uma vitória.
De acordo com informação divulgada pelos liberais, o Governo vai estar representado por Pedro Duarte na reunião magna da IL, que decorre em Loures, no distrito de Lisboa.
Pelo PSD, estarão presentes os vice-presidentes Carlos Coelho e Alexandre Poço. Pelo PS, marcarão presença a eurodeputada Carla Tavares, que é também presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) e os deputados João Torres e Ricardo Lima.
O Chega vai fazer-se representar pela vice-presidente Marta Silva e pelo deputado e vereador na Câmara Municipal de Loures Bruno Nunes.
O CDS-PP vai enviar à convenção da IL os vice-presidentes Maria Luísa Aldim e João Varandas Fernandes, bem como o porta-voz do partido, Durval Tiago Ferreira. Pelo PAN, estarão presentes no encerramento da IX Convenção Nacional da IL Sílvia Marques, Comissão Política Nacional, e Pedro Fidalgo Marques, da Comissão Política Permanente.
PCP e BE confirmaram à agência Lusa que não estarão representados na reunião magna dos liberais.