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Ser Ou Não Ser

As redes sociais estão cheias de lixo e mesmo com os filtros certos não é fácil encontrar conteúdos que preencham qualitativamente os vazios da nossa curiosidade intelectual. Não é fácil mas, felizmente, ainda não se tornou impossível e de vez em quando lá aparece matéria com qualidade sobre a qual vale a pena mergulhar um pouco mais fundo.

Dentro desta lógica, cruzei-me há dias com um pequeno texto que tem feito questão de me “acompanhar” desde então, ressoando nos meus pensamentos e nas minhas reflexões… e que agora partilho convosco.

“Estou farto de gente que se diz contra a discriminação mas discrimina. Se diz não ser racista mas é racista. Se diz ser pela liberdade mas defende o totalitarismo e a repressão. Se diz ser avançada mas é retrógrada. Se diz ser solidária mas nunca o foi. Se diz ser verdadeira mas é falsa. Se diz não ter preconceitos mas é preconceituosa. Estou farto de gente que só olha para o seu umbigo, de mal-agradecidos, de intriguistas, de boateiros, de quem não é capaz de se olhar ao espelho, de quem se diz ter moral mas não tem moral nenhuma. Farto de cagões, de farsantes e de vendidos.”

A violência deste texto não me deixou indiferente, mas o que mexeu verdadeiramente comigo não foi a sua brutalidade crua mas as verdades que nele se encerram porque, na minha opinião, ele resume de forma real e cruel aquilo em que nos temos vindo a transformar onde, ser ou não ser, passou a ser a questão central.

Sermos genuínos, verdadeiros, honestos, originais e defendermos os valores certos apesar de sermos olhados de soslaio ou corrermos o risco de sermos marginalizados… ou sermos mentirosos, corruptos, incoerentes, hipócritas, oportunistas, populistas, falsos moralistas e, ainda assim, passar entre os pingos da chuva sem nos molharmos, tirando daí os dividendos que permitem seguir o caminho sem percalços rumo ao objetivo individual.

Parece que olhamos para uma grande produção, onde o mundo é a tela, cada um de nós representa o seu papel e o desafio passou a ser “descubra quem é e quem não é”!

Infelizmente, até esse desafio tem perdido a sua piada porque o grau de dificuldade tem diminuído consideravelmente. Grande parte destes “atores” já não disfarça na representação do seu papel. Percebemos bem quem são, ao que vêm e, para eles, ser ou não ser, há muito deixou de ser a questão. Sabem que são e fazem questão de o mostrar de forma provocatória. E nós, que sabemos bem quem somos e que também sabemos bem o que são, vamos assistindo tranquilamente, sendo fieis ao nosso papel de totós!

Há quem se continue a focar no azulejo e não consiga ver a parede toda mas também há quem esteja a abrir os olhos e comece a ficar mais desperto para os jogos de espelhos com que nos continuam a tentar baralhar. E estes que são ou que começam a ser, renovam-nos a esperança que nos é retirada por todos os outros que não são ou que há muito deixaram de ser.

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Vasco Damas
Vasco Damas
Tem 54 anos e vive na vila de Tramagal (Abrantes). É consultor imobiliário, tendo exercido funções de gestor no ramo da distribuição de materiais de construção e bricolagem, onde liderou equipas e contribuiu para o crescimento das pessoas, levando-as a ultrapassar os limites que julgavam ter. Valoriza o equilíbrio entre o trabalho e a vida familiar (seu porto de abrigo), o convívio com os amigos e a atividade cultural e desportiva, jogando nos veteranos dos Dragões de Alferrarede.

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