Um grupo de investidores já terá mesmo comparado a Torre de Santo António, na Covilhã, ao Banco Montepio, atual dono do rebatizado “Mamarracho. Um edifico com 20 andares que está ao abandono há mais de 30 anos, desde que a empresa construtora faliu.
A torre foi concebida em meados dos anos 70. Fazia parte de um conjunto habitacional da autoria do arquiteto Fernando Pinto de Sousa, pai do ex-primeiro-ministro, José Sócrates. O projeto previa a construção de mais dois prédios do mesmo estilo, com áreas comerciais e estacionamento. A obra não chegou ao fim devido à falência da construtora, e desde então tem-se falado tanto em demolição como em recuperação. Ao longo dos últimos anos vários projetos e investidores chegaram a mostrar interesse na torre, entretanto rebatizado por “Mamarracho” da Covilhã. Até agora, nenhum se concretizou e a obra continua licenciada na condição de “obra parada”.
Curiosamente, apesar da obra não ter sido concluída, os alicerces nunca cederam nem está muito degradada. Nos piso mais perto do solo, há vidros das janelas partidos e alguns grafites deixados por algumas por ocupações ilegais.
Do 7º ao 12º andar os apartamentos estão praticamente acabados, com loiças e janelas nas casas-de-banho, alumínios, vidros duplos, equipamento de videovigilância, elevador com motor (que chegou a funcionar) e chão pavimentado. No último andar estava previsto um restaurante panorâmico com vista para a Cova da Beira.
O projeto de Pinto de Sousa visava incluir mais dois prédios de sete andares que em conjunto com o único construído fariam a forma de um T invertido. Por enquanto a Torre de Sto António mantém-se solitária e inacabada há mais de 30 anos.
Os habitantes da Covilhã nunca gostaram do “mamarracho”. Acham que sempre esteve desenquadrado da paisagem serrana. Mas, do ponto de vista turístico, a torre oferece uma vista única da paisagem da Cova da Beira. E, ao fim de tantos anos, os habitantes da Covilhã já só querem que o “Mamarracho” tenha um destino final, ao alto, ou ao baixo.