Até sexta-feira, chegaram a Portugal 296.283 cartas com os boletins de voto dos portugueses residentes no estrangeiro, o que representa apenas 18,77% dos eleitores inscritos para as eleições legislativas realizadas a 18 de abril. A contagem destes votos começa oficialmente na próxima terça-feira, em Lisboa, prolongando-se até ao dia seguinte.
Os dados foram divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, revelando uma ligeira diminuição em relação ao mesmo período nas eleições de 2024, quando 19,42% das cartas tinham já sido recebidas. O envio das cartas teve início a 12 de abril e destinou-se a 192 países, com a última remessa a ocorrer a 21 de abril.
Além das cartas recebidas, registou-se a devolução de 154.094 correspondências, o que equivale a 9,76% das cartas expedidas desde Portugal para os eleitores emigrantes. Este volume significativo de devoluções pode influenciar a representação dos emigrantes no Parlamento.
O escrutínio dos votos da diáspora mantém a expectativa sobre o resultado final das eleições, especialmente em relação ao segundo lugar, que poderá ser ocupado pelo PS ou pelo Chega. Nos últimos 20 anos, o bipartidarismo entre PS e PSD dominou os mandatos atribuídos aos círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa. No entanto, nas eleições de 2024, o cenário político sofreu alterações, com o Chega a eleger um deputado em cada um destes círculos, rompendo o tradicional duopólio.
Estas eleições contaram com a participação de 36 candidaturas, divididas em 18 para cada círculo eleitoral da diáspora, refletindo a diversidade e o interesse crescente dos portugueses residentes no estrangeiro em participar no processo democrático.
A receção dos votos continuará até quarta-feira, dia em que será oficialmente conhecido o resultado da votação dos emigrantes, que pode vir a ser determinante para o equilíbrio político no próximo parlamento.