A Suécia tomou uma decisão drástica ao suspender o financiamento à Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) após a demissão de 12 de seus membros, acusados de envolvimento no ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro. A agência sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional enfatizou que leva “muito a sério as acusações” e realocará os 31 milhões de coroas suecas (2,7 milhões de euros) destinados à UNRWA para outras organizações humanitárias.
O ministro sueco da Cooperação Internacional, Johan Forsell, considerou a decisão “muito acertada” e instou a uma investigação rápida e aprofundada sobre o caso. A suspensão de fundos pela Suécia segue a tendência de outros países, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Países Baixos, Áustria, Alemanha, Itália, França, Suíça, Roménia, Japão e os três países bálticos.
A coordenadora de Assuntos Humanitários e Reconstrução da ONU para Gaza, Sigrid Kaag, destacou a importância da UNRWA na assistência à população da Faixa de Gaza, afirmando que nenhuma organização pode “substituir” sua capacidade, estrutura e conhecimento.
A Comissão Europeia (CE) aguarda os resultados da investigação da ONU para tomar decisões sobre seu apoio à UNRWA. Dos grandes doadores, apenas Espanha, Noruega, Suécia, Dinamarca e Bélgica mantiveram suas contribuições, enquanto Israel pediu a demissão do comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, por suposto apoio ao terrorismo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à comunidade internacional para não suspender o apoio à agência, destacando que os atos alegados dos funcionários devem ter consequências, mas não se deve penalizar os milhares de pessoas que dependem da UNRWA.
Enquanto a crise se desenrola, Israel declarou guerra ao Hamas após o ataque de 7 de outubro, lançando uma ofensiva que resultou em mais de 26.400 mortos na Faixa de Gaza. A dependência da UNRWA cresce, com mais de dois milhões de deslocados enfrentando uma crise humanitária sem precedentes. A agência é vital na região, contando com mais de 30 mil trabalhadores e desempenhando um papel crucial fora da esfera do Hamas.








