A ex-gestora da TAP, Alexandra Reis, justificou à indemnização de 500 mil euros com “o nível de responsabilidade muito elevado” que exerceu como gestora na empresa. Realça que o valor foi a contra proposta da TAP ao 1,3 milhões de euros que pediu.
Alexandra Reis esteve na comissão de inquérito parlamentar à dar esclarecimentos sobre a indemnização de 500 mil euros que recebeu no acordo de rescisão com a transportadora aérea.
Após meses de polémica que levou demissão do Ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e do seu secretário de Estado, Alexandra Reis quebrou o silêncio sobre as várias questões que envolvem a sua saída da TAP. Começou por afirmar que foi a CEO
Christine Ourmières-Widener quem a quis afastar.
Sobre a polémica indemnização, Alexandra Reis, disse que foi acordado sem ser colado qualquer problema na altura, relativo ao estatuto de gestor público. Mas, quando a 6 de março a Inspeção-Geral de Finanças concluiu que deveriam ser devolvidos cerca de 450 mil euros dos 500 mil euros recebidos, por considerar que foram indevidamente atribuídos, dado o enquadramento jurídico da TAP (o estatuto do gestor público), aceitou sem reservas a decisão.
Contudo, Alexandra Reis diz que a TAP ainda não lhe pediu a devolução da indemnização. “Logo na manhã seguinte, no dia 7 de março, os meus advogados contactaram a TAP para o apuramento dos montantes líquidos a devolver”, relatou Alexandra Reis aos deputado da comissão de inquérito. E reforçou: “Desde esse dia e até hoje, e apesar das insistências (pelo menos três), continuo a aguardar indicação, para que se possa proceder à devolução”, continuou a antiga gestora da TAP – onde chegou em 2017, como diretora. Em 2020 passou para a administração executiva e saiu no início de 2022.
Confirma boicote ao projeto da empresa do marido da CEO
Alexandra Reis disse ainda que deu “instruções muito claras” para que a empresa do marido da CEO da TAP, a Zamma Technologies, não ser contratada. Em resposta ao Iniciativa Liberal, a ex-administradora garante que nunca falou com Christine Ourmières-Widener sobre o assunto. “Nunca falei com a CEO sobre as propostas que essa empresa fez à TAP. Nunca comentei com ela nem ela me fez qualquer comentário ou recomendação. O processo foi iniciado, mas o contrato não se concretizou.