O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, manifestou esta quinta-feira a esperança de que seja alcançado um entendimento com a tutela para que seja possível suspender a greve que, desde há uma semana, tem provocado fortes constrangimentos na emergência médica em Portugal. O dirigente sindical sublinhou que o objetivo da classe é não apenas pôr fim à paralisação, mas também reverter o estado crítico em que se encontra o sistema de emergência médica, uma situação que, segundo o sindicato, se agrava já há vários anos devido à diminuição do número de técnicos e às condições de trabalho insustentáveis.
“Estamos desejosos de conseguir encontrar as condições para levantar a greve e iniciar este processo de reversão do sistema”, afirmou Rui Lázaro à imprensa, à saída de uma reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins. O presidente do STEPH destacou que a principal prioridade é garantir que o sistema de emergência médica se recupere da degradação a que tem estado sujeito, em grande parte devido a uma carreira pouco atrativa e a um salário considerado excessivamente baixo pelos profissionais.
O dirigente revelou que a solução para a suspensão da greve depende da apresentação de propostas concretas por parte do Governo. Entre as exigências do sindicato está a revisão da carreira, com a valorização das condições remuneratórias, incluindo a melhoria do início salarial para os técnicos de emergência. “É fundamental que nos sejam apresentadas soluções concretas e compromissos efetivos que possibilitem levantar a greve”, sublinhou.
A greve dos técnicos de emergência tem causado dificuldades no atendimento de situações de emergência médica, com o INEM já a dar conta da falta de cerca de 80 profissionais, o que agrava ainda mais o cenário de escassez de recursos humanos no setor. O sindicato salienta que as condições de trabalho precárias e a desvalorização da profissão têm levado a uma contínua redução no número de técnicos, o que compromete a qualidade e a rapidez do serviço prestado à população.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, tem vindo a manter um diálogo com os representantes sindicais, na esperança de encontrar uma solução que permita pôr fim à greve sem prejudicar o funcionamento dos serviços de emergência. Contudo, a suspensão da paralisação está condicionada a soluções que respondam às exigências da classe, sendo a valorização da carreira a questão central para os técnicos de emergência pré-hospitalar.