Leonardo Simão, o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África Ocidental e Sahel, enfatizou a gravidade da situação do terrorismo na região, destacando a necessidade urgente de apoio humanitário. Em uma conferência internacional sobre democracia em Cabo Verde, Simão ressaltou que as populações afetadas pelo terrorismo estão sendo negligenciadas devido ao foco em conflitos em outras partes do mundo, como Gaza e Ucrânia.
Segundo Simão, a assistência financeira para ajuda humanitária está diminuindo, enquanto a atenção internacional está sendo desviada para outras áreas de conflito. Ele destacou a importância de reverter essa tendência, direcionando mais recursos para as populações do Sahel e da África Ocidental, que enfrentam uma crise cada vez mais severa.
A situação nos países do Sahel é descrita como “extremamente grave” por Simão, que também observou um aumento da instabilidade política, contribuindo para o isolamento dessas nações. Ele alertou para o perigo de concentrar-se apenas em questões constitucionais, perdendo de vista a ameaça terrorista que assola a região.
Simão defendeu a coordenação da ajuda através de organizações regionais, como a CEDEAO, embora tenha reconhecido os desafios enfrentados por alguns dos países membros, como os regimes militares em Niger, Mali e Burkina Faso. No entanto, ele destacou a disposição desses países em dialogar e a necessidade urgente de priorizar a segurança para combater o terrorismo.
O representante da ONU enfatizou a importância de garantir condições de segurança antes de realizar eleições em áreas afetadas pelo terrorismo, questionando a eficácia e a representatividade desses processos eleitorais em meio à instabilidade. Ele instou a comunidade internacional a colocar a segurança como prioridade máxima, antes de abordar outras questões políticas e sociais nos países do Sahel.